06/10/2011

Relacionamento entre pais e filhos

Relacionamento entre pais e filhos




Texto: Ef 6.4

E vós, pais, não provoqueis à ira a vossos filhos, mas criai-os na disciplina e instrução do Senhor.



Introdução:

Nosso assunto de hoje é o relacionamento entre pais e filhos; estaremos aprendendo os deveres dos pais em relação aos seus filhos. Na última aula aprendemos o inverso, ou seja, as obrigações dos filhos em relação aos seus pais e vimos que obedecer e honrar são deveres dos filhos em relação aos seus progenitores.

Quando estudamos o texto de Ef 5.22-6.9 e Cl 3.18-4.1, entendemos que Deus nos ensina princípios de relacionamento, autoridade e submissão; relacionamento entre marido e mulher, pais e filhos e entre senhores e servos. Todos estes relacionamentos têm como padrão o relacionamento existente entre Cristo e nós, a ponto, inclusive, do casamento ser uma figura da união entre Jesus e a Igreja.

Assim como entre marido e mulher há a submissão da mulher e em contra-partida o cuidado do homem; quando falamos de pais e filhos, assim como os filhos devem obediência sendo submissos aos seus pais; devem também os pais criar os seus filhos com muito amor e zelo. Os pais também possuem deveres quanto aos filhos diante de Deus e é isto que estaremos aprendendo nesta aula.



Algo que não se deve fazer!



Começaremos o nosso ensino com uma ordem sobre o que não se deve fazer com os filhos; esta ordem está em Ef 6.4 e Cl 3.21, a saber: Não provocar a ira, não irritar os filhos!

Não irritar não significa não repreender ou não corrigir. Um filho que se ira quando é repreendido pelos pais não compreende que o bom pai corrige o filho que ama, não entende que a correção é para o bem e ainda desconhece a Palavra de Deus.



Quando irritamos os nossos filhos?

1)quando batemos no momento da nossa ira;

2)quando falamos na hora do nervosismo;

3)quando provocamos ressentimentos através de ofensas, comparações, preferências ou expectativas exageradas (exigir além);

4)quando não sabemos reconhecer os acertos dos filhos;

5)quando não reconhecemos os nossos próprios erros;

6)quando não vivemos o que ensinamos;

7)quando usamos de rigor farisaico.

O texto de Cl 3.21 mostra o resultado de irritar os filhos: O desânimo!

Este desânimo poderá ocorrer em todas as áreas da vida e, em seu pior efeito, o desânimo espiritual!



Duas coisas importantes:

Vejamos agora o que devem fazer os pais.

Primeiramente os pais têm a obrigação de criar os seus filhos.

No texto de Ef 6.4, a palavra criar tem o sentido de sustentar ternamente, proteger, cuidar, zelar, liberar amor e carinho.

Este cuidado é constante e visa sempre conserva-los em conformidade com a vontade de Deus, disciplinando e instruindo.

As armas que os pais usarão para criar bem os seus filhos são a disciplina e a admoestação (instrução, em algumas traduções).

Disciplina e instrução são coisas diferentes e importantes. A disciplina trabalha o caráter e envolve treinamento; prática e correção. Instruir significa mostrar o certo; em outras palavras, cabe aos pais a correção e o ensino da verdade.

Tudo isso deve ser feito no Senhor, ou seja, o parâmetro para se disciplinar corretamente é a Palavra de Deus e o que deve ser ensinado é o caminho da justiça.



Mais deveres

Além de criar os filhos disciplinando e admoestando, existem outros deveres dos pais em relação aos seus filhos. Podemos citar alguns, a saber:



a)Dar bons exemplos (bom testemunho) I Rs 9.4; II Cr 26.4

Devemos lembrar que o bom testemunho não deve ser dado apenas na igreja ou no trabalho, mais principalmente dentro de casa!

Ser um exemplo é fundamental para o desenvolvimento espiritual dos filhos e para um crescimento psicológico sadio. Lembre-se que as crianças observam no seu pai uma figura do pai celestial. Muitos jovens são revoltados contra Deus devido em parte ao péssimo exemplo dos pais!



O mau exemplo destrói, desanima e afasta os filhos do Senhor! II Cr 22.3; Jr 9.14

b)Amar Tt 2.4

c)Controlar I Tm 3.4

d)Ainda sobre ensinar, Dt 6.6-9; sobre instruir, Pv 22.6 e sobre corrigir Pv 13.24; 19.18 (cuidado com o exagero); 22.15; 23.13,14 .



Obs: Quando não corrigimos os filhos, criamos neles um péssimo caráter. Veja o que aconteceu com Eli (I Sm 3.13) e com Davi em relação a Adonias (I Rs 1.5,6). Leia também Pv 29.15.



e)Prover II Co 12.14

Muitos pais vivem na expectativa dos seus filhos formarem e terem um bom emprego para que os tirem da situação financeira difícil. Fazem planos de trocarem de carro ou casa, etc... e esquecem que os filhos não têm a obrigação disto.

Os pais devem pensar no futuro dos filhos; eles sim devem se dedicar aos seus filhos e investir neles. Os filhos são um presente do Senhor; a herança do Senhor (Sl 127. 3-5)! Devemos cuidar deles.

Muitos crentes não querem ter filhos , pois são egoístas; sabem que ter filhos significa abdicar de muitas coisas em prol deles.

Não quero dizer com isso que um filho deve abandonar os seus pais ou deixá-los em situação difícil; isto é uma questão de honra!(Pv 23.22) O que quero dizer é que os pais não devem viver na expectativa de aguardar um retorno financeiro dos filhos como obrigação; devemos amar os nossos filhos sem ter nenhum interesse próprio.



Conclusão:

Aprendemos hoje que os pais devem criar os seus filhos na disciplina e na admoestação do Senhor. Observamos vários deveres dos pais em relação aos seus filhos. Assim como os filhos devem obedecer e honrar os pais, estes devem cuidar e zelar pelos filhos. Aprendemos também que os pais têm obrigação de mostrar aos seus filhos o caminho da verdade, e isso, dando um bom testemunho, tanto fora de casa quanto, dentro de casa (principalmente).



O casamento e o serviço



Texto: I Tm 3. 5

(pois se alguém não sabe governar a sua própria casa, como cuidará da igreja de Deus?);



Introdução:

Irmãos; temos percebido durante este estudo a importância da família para Deus, para a Igreja e para a sociedade. Tamanha é a importância da família que ela é um critério fundamental na escolha de um oficial para o serviço na igreja. Um bom obreiro não deve apenas pregar bem, ter boa vontade ou ser trabalhador; para ser obreiro na casa de Deus o homem e a mulher também devem dar excelente testemunho fora da igreja e, principalmente em sua própria casa.

A relação entre a família e o serviço cristão é justamente o assunto da nossa aula de hoje.



I) Separação de obreiros

A causa do fracasso espiritual de muitos homens e mulheres no serviço da igreja é que entram “de cabeça” na obra sem estarem com a própria família ajustada. Muitos desejam trabalhar mais não querem arrumar a casa antes e muitos pastores, devido à escassez de obreiros, caem no erro de separar vidas que possuem problemas com a sua própria casa. Além de muitos outros requisitos para a separação de obreiros; a Palavra de Deus ensina que ao ser separado um presbítero ou até mesmo um diácono, a sua família deve ser exemplar.

Vejamos o que a Bíblia ensina sobre a relação entre a separação de obreiros e a família tomando por base os textos de I Tm 3. 1-13 e Tt 1. 5-9 (ler os textos):

Quando lemos estes textos, percebemos duas listas que tratam de qualificações para a separação de obreiros em uma igreja local. Estas listas não se concentram nas funções ministeriais ou tipos de ministérios, também não se detém mais especificamente na questão de espiritualidade, mais trata sim, da questão mais prática, do caráter e moral, coisas simples e fundamentais, porém exigências para ser um obreiro cristão.

Analisando I Tm 3. 1-7, vemos 15 qualificações exigidas para o presbitério, das quais 3 possuem especificações. Deste total, quase 1/3 se refere à família (4 exigências).

Em Tt 1.5-9, encontramos 19 qualidades exigidas, das quais 5 se referem à família!

Na separação de diáconos, observamos o mesmo princípio em I Tm 3. 8-13.

Este quadro retrata a importância da família cristã.

Antes de fazermos uma exegese destas passagens, quero fazer uma observação:

Não existe nenhuma proibição específica para ministros ou oficias exercerem suas funções sendo solteiros, porém, ser casado ou solteiro pode apresentar vantagens e desvantagens dependendo do caso. Quando está em questão o caso de cargos oficiais da igreja local, principalmente àqueles que envolvem governo, é melhor que sejam casados por vários motivos. Observe alguns exemplos de vantagens para obreiros casados: Vantagem no aconselhamento pastoral, na liderança e ao enfrentar situações que envolvam problemas familiares, principalmente na área sexual. Em todos estes casos, a experiência conjugal fará diferença.



Quando se trata de ministério enviado pela igreja, tal como missionário em campo, em certas ocasiões pode ser melhor a situação do solteiro. Veja o caso do apóstolo Paulo que optou por estar solteiro.

O que desejo mostrar com isso é que a situação da família torna-se fundamental na escolha de obreiros que exercerão ministérios na igreja local.

Será muito mais prudente para uma igreja que o seu pastor seja casado; e prudência é imprescindível !



II) Escolhendo presbíteros, segundo I Tm 3. 1-7 e Tt 1. 5-9

Na separação de alguém para o ministério, se deve levar em conta vários aspectos. Dois textos importantes quanto à conduta de ministros encontram-se em I Tm 3 e Tt 1 respectivamente.

Nestas epístolas, chamadas pastorais, Paulo orienta a dois obreiros de confiança a respeito de como estabelecerem ministros nas igrejas.

Como foi comentado anteriormente; a questão “família” é destaque dentro deste contexto. Neste estudo que visa à família cristã nos deteremos apenas nos aspectos que envolvem a conduta familiar na escolha de obreiros.



Exigências para o ministério:

A) I Tm 3.2; Tt 1.6- marido de uma só mulher;

Estamos diante de uma exigência que causa bastante controversa. Afinal de contas, a que estava referindo-se o apóstolo?



1. Será que condena o divorciado a não exercer ministério?

2. Será que condena a poligamia?

3. Será que diz que o solteiro não pode ser ministro?

4. Será que condena o ministério pastoral feminino?

Afinal, do que trata o texto?

Por eliminação:

1) Alguns pensam que esta afirmação se refere a irmãos divorciados não poderem mais ser obreiros. Esta afirmação não é correta, haja vista existirem casos em que o divórcio é permitido na Bíblia.



2) Quanto à poligamia, sabemos que é pecado, mais devemos olhar sob a perspectiva de alguém que observa a igreja estando de fora, ou seja, um ímpio. O que este ímpio pensaria ao ver um ministro com mais de uma esposa? Hoje, na sociedade ocidental, ficaria horrorizado, mais na sociedade daquela época não! Paulo está preocupado em não causar escândalos, e devemos lembrar que para a pessoa sem Deus, naquela época, ter várias mulheres era de certa forma normal, logo, ter um ministro que possui mais de uma mulher seria pecado diante de Deus, mais passaria despercebido naquela época diante da sociedade; além disso é muito óbvio que o servo de Deus não deve ter mais de uma esposa.



Preste bastante atenção: Poligamia é pecado; mais neste contexto de separação de obreiros, Paulo não perderia tempo falando sobre isso, haja vista estar se preocupando com o testemunho dos obreiros diante do mundo.



3) O fato de falar que o ministro deve ser marido de uma só mulher, não exclui em hipótese alguma os solteiros, apenas afirma como deve ser a conduta dos casados.



4) Este texto não serve de base para condenar o pastorado feminino, quanto a isto, devemos ver outras passagens.

Para saber mais precisamente sobre o pensamento do apóstolo, devemos recorrer à época em que foi escrito o texto. O que queria dizer este texto na época em que foi escrito?

Vejamos o oposto em I Tm 5.9 . A viúva deveria ter sido mulher de um só marido, ou seja, para se ajudar uma viúva era necessário que ela tivesse sido fiel ao seu marido. Nesta passagem fica claro que a expressão se refere à fidelidade conjugal.

Concluímos então que o texto de I Tm 3.2 se refere a maridos serem fiéis a sua própria esposa para poderem exercer o ministério.

Um pastor deve ter a sua atenção para a sua esposa e não para outra mulher, ele deve ser fiel ao compromisso de casamento, não deve ser um adúltero!



B) Tm 3.2; Tt 1.8- hospitaleiro;

A questão da hospitalidade envolve a família. Ver ainda Rm 12.13 Hb 13.2 I Pe 4.9

Não adianta o marido ser hospitaleiro se a esposa só vive “de cara amarrada” quando recebe a visita dos irmãos. Os filhos também devem receber as pessoas bem e com educação; como verdadeiros crentes em Jesus Cristo!

Hospitalidade também está ligada com serviço; toda família do obreiro deve ser prestativa.



C) Tm 3.4- que governe bem a sua casa;

Administrar bem o lar, tendo a família sobre controle e em ordem; sabendo priorizar cada coisa e conduzindo a casa no temor do Senhor.



D) Tm 3.4- filhos sob disciplina;

Ter autoridade e controle sobre os filhos; com mansidão. Pai que não controla os filhos não pode ser ministro!



E) Tt 1.6- filhos fiéis (que não possam ser acusados de dissolução nem são desobedientes).

Fiéis; obviamente que ao Senhor e conseqüentemente aos pais. Se os filhos temem a Deus, dificilmente ocasionaram problemas de rebeldia na igreja ou levarão os outros a errarem.

Os filhos devem ser obedientes, caso contrário, envergonharão os seus pais.

Todas estas qualidades observadas na família servem de base para a separação de ministros.

Podemos resumir com I Tm 3.5. Se um homem não sabe governar a sua casa (não consegue ser pastor de meia dúzia de pessoas), como governará uma igreja? Se os seus próprios filhos não lhe obedecem, quanto mais os outros jovens!



II) Escolhendo diáconos segundo I Tm 3.9-13

Da mesma forma que na separação de ministros; na separação de diáconos várias exigências estão relacionadas à família.

I Tm 3.8- da mesma forma...; ou seja, assim como na consagração de ministros. São repetidas para os diáconos as mesmas exigências que foram feitas para os presbíteros, inclusive as referentes à família.

O versículo 11, fala sobre as diaconisas, segundo o parecer da maior parte dos eruditos (ver O Novo testamento interpretado de Russel Champlin-Ed Hagnos/Vol 5; O Novo Comentário da Bíblia de f. Davidson- Ed Vida Nova; Comentário Bíblico Pentecostal- Novo Testamento-CPAD). Independente disto, se as diaconisas devem ser respeitáveis, não maldizentes, sóbrias e fieis em tudo, logicamente este é um padrão para toda mulher de obreiro, aliás, toda Bíblia mostra como deve ser uma verdadeira serva de Deus. Veja, por exemplo, Pv 31. 10-31.

É extremamente desagradável ter na igreja esposas de obreiros que “passam por cima do marido”, do mesmo modo é horrível uma esposa de obreiro fofoqueira ou que se veste de modo sedutor!

O versículo 12 mostra como deve ser o relacionamento familiar e o governo da casa dos diáconos (exigências feitas também para os presbíteros).

Ter obreiros desqualificados por má conduta familiar é um escândalo para a igreja local e desacredita o ministério!



Observem na tabela abaixo algumas das exigências que envolvem a família para a separação de obreiros.



Marido                                         Mulher                                         Filhos

Fiel a esposa (vice-versa)        Respeitáveis                                           Fiéis

Hospitaleiro (vice-versa)        Não maldizentes                          Não praticar dissolução

Saiba governar a casa                 Sóbrias                                      Não desobedientes

Filhos sob sujeição                   Fiéis em tudo



Existem muitas outras qualidades que um homem deve ter, bem como a sua mulher e os seus filhos, para que possa ser separado como obreiro. Estas qualidades são encontradas em todo o texto da Palavra de Deus, no entanto, as mencionadas nesta aula são práticas e objetivas, selecionadas de textos padrões e que se referem à família.



Conclusão:

Uma família bem estruturada é fundamental e indispensável como critério na separação de presbíteros e diáconos na igreja local.

Para a igreja, quando os seus obreiros possuem famílias abençoadas e bem estruturadas, isto significa um bom testemunho perante os incrédulos e zelo com o Evangelho.

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