24/02/2008

A ÁGUA NA TEOLOGIA BÍBLICA

A água na teologia bíblica tem dois aspectos que parecem contraditórios: um é vida, Bênção, sinal da presença de Deus, imagem da pessoa que se deixa conduzir por Deus e por sua graça. O outro é caos, morte, destruição e ausência de Deus. Apesar de parecerem contrários, os dois decorrem da experiência vital do povo de Israel.

A água como sinal da ausência de Deus

O povo do mar

O povo hebreu, ao contar durante muitas gerações e, finalmente, ao escrever os primeiros relatos bíblicos, habitava a terra de Canaã, depois chamada Israel e Palestina. A região é banhada de ponta a ponta pelo mar Mediterrâneo. Antes de os fenícios e gregos, e depois os romanos, praticarem a navegação, o mar era um grande mistério. As pessoas o temiam e acreditavam que nele habitassem monstros mitológicos. Até a idade média houve na Europa esse medo do mar. Os próprios conquistadores europeus do século XVI temiam os monstros!
O pavor do mar revolto, do mistério que ele encerrava e da ameaça por ele representada, levou as tribos de Israel a criar uma ligação entre a sensação de medo, insegurança e impotência diante do mar e a sensação da ausência de Deus.

A presença de Deus é a harmonia e ordem na Criação

· No relato do Gênesis, antes de Deus se manifestar ”tudo era solidão, trevas e caos e as águas cobriam o abismo”. Deus, por meio de sua comunicação criadora, organizou o caos: separou as “águas de cima” das “de baixo” e fez surgir a terra, lugar seguro para as pessoas (Gn 1,1).

· O relato do dilúvio mostra que a humanidade, não cumprindo o projeto de Deus, voltou a instalar o caos primitivo, de antes da Criação. As águas “de cima” voltaram a misturar-se com as “de baixo”, como antes de Deus as ter separado. As pessoas já não tiveram mais segurança na terra para continuar vivendo (Gn 6,17,24).

A ausência de Deus é sempre associada a águas ameaçadoras:

· No livro do Êxodo, Moisés, é colocado nas águas do Nilo, o rio dos
Deuses pagãos que oprimiam o povo de Israel (Ex .2,110).

· Na noite da libertação, da saída do território do Egito surge o mar Vermelho, abismo de águas revoltas que se fechou sobre o Faraó e o fez afundar para sempre, sepultado no caos das águas desorganizadas (Ex.13,1714,31).

· O salmo 42 apresenta o sofrimento na vida de uma pessoa, com a imagem das águas revoltas: “Esmorece minha alma... ao fragor de vossas cataratas. Todas as vossas ondas passaram por cima de mim”.

· E o salmo 69 acrescenta: “Subiram-me as águas até o pescoço.”

· E o salmo 87: “Me colocastes nas trevas e em um abismo profundo e todas as vossas vagas arrebentaram-se contra mim.

· Os profetas usam inúmeras vezes a mesma imagem para advertir os ímpios de que Deus os abandonará.

A água como sinal da presença de Deus

· O Espírito, a comunicação criadora de Deus paira suavemente sobre as águas, organiza o caos e as faz produzir vida (Gn 1,122).

· Deus intervém no caos das águas, para salvar quem nele confia – arca de Noé, Aron: as duas mãos de Deus, uma sobre a outra, salvaram o justo e os inocentes. O “sopro sobre a terra”, “fecha as fontes do abismo” (Gn 6,17,24).
· Arco íris: Sinal da aliança de Deus com a humanidade – a luz do sol traspassando a água da chuva (Gn 9,817).

· Tebá A cestinha de Moisés, em forma de duas mãos, uma sobre a outra máximo cuidado e proteção. O nome egípcio do príncipe Moisés é interpretado pela teologia de Israel como “Salvo das águas”, isto é,retirado por Deus do caos da sociedade corrupta e injusta do Egito (Ex .2,110).

· No mar Vermelho, Deus pede a Moisés que estenda a mão e as águas se organizam, possibilitando que o povo passe na terra segura (Ex. 13,17 e 14,31).

· No deserto, Deus promete ao povo, por meio de Moisés: “Abençoarei o vosso pão e a vossa água” (Ex 23,25).

· O rio Jordão também se abriu para a passagem da arca da aliança e a entrada do povo em Canaã (Js 3,14-17).

· O rei Davi, ao vencer uma batalha contra os filisteus, agradece a Deus dizendo: “Estendestes vossa mão para pegar-me e tirar-me das águas caudalosas” (2Sm 22,17).

· A oração do justo libertado, no salmo 144, diz: “Estendeis do alto a vossa mão e me salvais das muitas águas”.

· A oração de Ezequias, antes de enfrentar o general Assírio, diz: “Deus dos “Humildes, amparo dos desventurados, defensor dos fracos, salvador dos desesperados, Criador das águas” (IICr.Cap. 32)

· O salmo 65 compara a chuva com a visita de Deus: “Visitais a terra e a fazeis transbordar. Copiosamente a enriqueceis com uma torrente divina cheia de água”. “Embebem se as pastagens do deserto e as colinas se enchem de alegria”!

· O salmo 72 compara o Messias com a chuva: “Ele descerá como a chuva sobre o feno, como os aguaceiros que irrigam a terra”.

O povo do deserto

O povo que vivia em regiões desérticas e semi-áridas, com pouquíssimas fontes e ausência de chuva na maior parte do ano, sonhava com a água. Os rios, as fontes, a chuva, os córregos, eram sinal da máxima bênção de Deus. A água era a utopia do mundo preparado por Deus para todos os seres vivos.

· O paraíso terrestre é banhado por quatro rios (Gn 2,815).

· Ló, sobrinho de Abraão, ao chegar a Canaã, viu que a região do rio Jordão era toda irrigada como um jardim de Deus (Gn 13,10).

· Na bênção a seu filho José, Jacó proclama: “José é uma planta viçosa junto a uma fonte, cujos galhos ultrapassam os muros” (Gn 49,22).

· A bênção de Balaão ao povo no deserto: “Como são belos teus tabernáculos, ó Jacó, tuas tendas, ó Israel! Como torrentes, se dilatam, como jardins ao longo de um rio, como Aloés plantados pelo Senhor e cedros junto às águas! A água entornasse de seus baldes e sua descendência crescerá em águas abundantes” (Nm 24,78).

· O salmo 46, ao falar de Jerusalém, diz: “Um rio e seus canais alegram a cidade de Deus”.

· Isaías diz que na vinda do Messias: “O coxo saltará e a língua do mudo se desatará em cânticos, porque as águas jorram do deserto e rios correm na estepe. O areal se converterá em lago e o solo calcinado, em mananciais de água” (Is35, 6,7).

· Os míseros, os pobres, que buscam água e não encontram, que têm a língua ressequida pela sede, eu mesmo, o Senhor, cuidares deles. Eu não os abandonarei!”(Is41,17).

O justo, que vive o projeto de Deus, é como uma árvore à beira da água

Uma das imagens mais freqüentes do justo é a árvore plantada à beira da água, cujas raízes afundam sempre mais e tornam a árvore mais frondosa e frutífera.

· Feliz aquele que segue a lei divina. É como a árvore plantada à beira da água, que dá fruto e cujas folhas nunca murcham (Sl 1).

· O Senhor é meu pastor e me conduz às águas tranqüilas. (Sl 23).

· O coração de um rei é o rio de água nas mãos de Deus .

· Elogio à sabedoria de quem vive a Lei: “Eu, como canal, derivo de um rio, e qual aqueduto, dirigi-me para um jardim... e eis que meu canal se tornou rio e o meu rio se transformou em mar

· Isaías prevê o mundo futuro, quando “O conhecimento do Senhor encherá a terra como as águas enchem o mar”. (Is 11,9).

· Todas as semanas, na bênção do shabat a mãe da família judaica é chamada “Videira cheia de frutos e plantada à margem da água”. É a bênção do profeta Ezequiel sobre o príncipe de Israel: (Ez 19,10).

· Diz os Provérbios: “Águas profundas são as palavras do justo: regato jorrante, fonte de vida”.

· A ciência do sábio aumenta como a inundação e seu conselho é como fonte de água viva.
· Isaías, falando do tempo messiânico: Todos vós que tendes sede, acorrei á água! (Is 55,1). O Senhor saciará os teus desejos e te tornará uma fonte viva, cujas águas jamais se esgotam. (Is 58,11).

· Deus, por meio de Jeremias, apresentasse como “fonte de água viva” (Jr 2,13).

A graça de Deus, em Jesus Cr isto é fonte de água viva e eterna . Jesus Cristo é o homem novo, o filho da nova criação

No Segundo Testamento, a teologia da água é relida, à luz da ressurreição, e recebe uma dimensão escatológica: a graça de Deus que vem de Jesus Cristo. É água que jorra para a vida eterna.

· O evangelho de Mateus coloca Jesus como o homem novo, o reinício, a nova criação: O Espírito paira sobre Jesus ao ser ele mergulhado na água do Jordão. E Deus Pai o chama “meu filho amado” (Mt 3,16,17).

· Da mesma forma como a primeira palavra de Deus, comunicadora de vida, é pronunciada, no princípio, sobre as águas, também a primeira palavra transformadora de Jesus é pronunciada sobre a água, para que dela brote a plena e completa alegria: o melhor vinho! (Jo 2 1-11).

· No diálogo com a samaritana, Jesus dá o passo seguinte em relação à teologia do Primeiro Testamento: “A fonte de água viva jorra para a vida eterna” (Jo 4,14).

· E confirma “Quem crê em mim, do seio dele, como diz a escritura, jorrarão rios de água viva”. E o Evangelho continua: “Dizia isso do espírito Santo que deviam receber” (Jo 7,38,39).

· Paulo comentando, aos coríntios, a passagem bíblica da água que brota da rocha, diz que Cristo é o rochedo espiritual do quais agora todos podem beber da água espiritual (1Co.10,4).
· O Apocalipse, descrevendo a figura de Cristo Ressuscitado diz que “emitia um fragor de muitas ondas” (Ap1,15).

A eternidade é figurada pela cidade de Deus, na qual corre um grande rio

· João vê o céu aberto e ouvem um rumor de muitas águas, como harpistas que dedilham suas harpas (Ap 14,2).

· O louvor de toda a humanidade a Deus é como o rumor de águas caudalosas (Ap 19,6).

· No novo céu e na nova terra, a cidade de Deus é banhada por um rio de água viva e quem tem sede será por Deus saciado com a água da vida (Ap 21: 6 e 22:1).

· A última expressão da narrativa que descreve a eternidade e a comunhão com Deus é: “Quem tem sede, venha! Quem desejar, receba gratuitamente da água da vida! (Ap 22,17).

· A Bíblia é aberta e fechada com a teologia da água
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História da Bíblia

A Bíblia, um livro que tem continuado vivo através dos séculos e indispensável aos Servos do Rei, é o tema deste comentário.

O termo Bíblia tem origem no grego "Biblos" e somente foi usado a partir do ano 200 dC pelos cristãos é um livro singular, inspirado por Deus, diversos Escribas, Sacerdotes, Reis, Profetas e Poetas (2º Tm 3.16; 2º Pe 1.20,21) a escreveram, num período aproximado de 1.500 anos, foram mais de 40 pessoas e notadamente vê-se a mão de Deus na sua unidade. Estes textos foram copiados e recopiados de geração para geração em diversos idiomas, tais como: Hebraico, Aramaico e grego; até chegar a nós.

Verificou-se através do Método Textual, que 99% dos textos mantêm-se fiel aos originais, é certamente uma obra divina, levando em consideração os milhares de anos entre a escrita e nossos dias. As partes mais antigas das Escrituras encontradas são um pergaminho de Isaías em hebraico do segundo século aC, descoberto em 1947 nas cavernas do Mar Morto e um pequeno papiro contendo parte do Livro de João 18.31-33,37,38 datados do segundo século dC.

A Bíblia em sua forma original é desprovida das divisões de capítulos e versículos. Para facilitar sua leitura e localização de "citações" o Prof. Stephen Langton, no ano de 1227 dC a dividiu em capítulos. Até o ano de 1551 dC não existia a divisão denominada versículo. Neste ano o Sr. Robert Stephanus chegou a conclusão da necessidade de uma subdivisão e agrupou os texto em versículos.

Até a invenção da gráfica por Gutenberg, a Bíblia era um livro extremamente raro e caro, pois eram todos feitos artesanalmente (manuscritos) e poucos tinham acesso às Escrituras.

O povo de língua portuguesa só começaram a ter acesso à Bíblia de uma forma mais econômica a partir do ano de 1748 dC, quando foi impressa a primeira Bíblia em português, uma tradução feita a partir da "Vulgata Latina".

É composta de 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, mais de 773.000 palavras e aproximadamente 3.600.000 letras. Gasta-se em média 50 horas (38 VT e 12 NT) para lê-la ininterruptamente ou pode-se lê-la em um ano seguindo estas orientações: 3,5 capítulos diariamente ou 23 por semana ou ainda, 100 por mês em média.

Encontra-se traduzida em mais de 1000 línguas e dialetos, o equivalente a 50% das línguas faladas no mundo. Há uma estimativa que já foi comercializado no planeta milhões de exemplares entre a versão integral e o NT. Mais de 500 milhões de livros isolados já foram comercializados. Afirmam ainda que a cada minuto 50 Bíblias são vendidas, perfazendo um total diário de aproximadamente 72 mil exemplares!

Encontra-se nas livrarias com facilidade as seguintes versões em português:

Revista Corrigida;
Revista Atualizada;
Contemporânea;
Linguagem de Hoje;
Viva;
Jerusalém;
NVI - Nova Versão Internacional;

O segundo domingo de Dezembro, comemora-se o Dia Nacional da Bíblia, aprovado pelo Congresso.
Nestes séculos a Palavra de Deus foi escrita em diversos materiais, vejamos os principais:

Pedra
Inscrições encontradas no Egito e Babilônia datados de 850 aC

Argila e Cerâmica
Milhares de tabletes encontrados na Ásia e Babilônia.

Madeira
Usada por muitos séculos pelos gregos.

Couro
O AT possivelmente foi escrito em couro. Os rolos tinham entre 26 a 70 cm de altura

Papiro
O NT provavelmente foi escrito sobre este material, feito de fibras vegetais prensadas.

Velino ou Pergaminho
Velino era preparado originalmente com a pele de bezerro ou antílope, enquanto o pergaminho era de pele de ovelhas e cabras. Quase todos os manuscritos conhecidos são em velino, largamente usado a centenas de anos antes de Cristo.

Papel
Forma amplamente utilizada hoje.

CD
Áudio
CDRom
Para computadores, é a forma mais recente.
Online
Via internet.

Inegavelmente o Senhor Deus queria que sua Palavra se perpetuasse pelos séculos e providenciou meio para isto acontecesse. É um fato que evidencia a sua credibilidade como Livro inspirado pelo Espírito Santo.
Mas conhecer dados históricos não o aproxima do Senhor e tão pouco abre seus ouvidos para a voz do Espírito que revela a Palavra. Isto apenas enriquece-nos intelectualmente e é dispensável. O que realmente precisamos é estarmos aptos para ouvir o Espírito que flui através das páginas do Livro Sagrado e isto só acontece quando nos colocamos em santidade e abertos para o santo mover.

Experimente !

UM BREVE HISTÓRICO SOBRE A BÍBLIA

No Ritual Rosacruz do Serviço do Templo, ouvimos que "...se procurarmos a luz, encontrá-la-emos na Bíblia..." e é sobre ela que faremos um breve traçado histórico.

O Velho Testamento foi escrito em sua forma original, evidentemente, no idioma hebraico e considerava-se um sacrilégio vertê-lo para outro idioma. Contudo no ano 280 AC. judeus helenistas (que sofreram influência grega realizaram uma tradução do Velho Testamento hebraico para o grego).

Max Heindel no Conceito Rosacruz do Cosmos nos informa que esta tradução ficou conhecida como “Septuagenita". Motivo: foi realizada por setenta tradutores judaicos que conheciam o idioma grego.

No segundo século da era cristã, com a expansão do império romano e conseqüentemente do idioma latino, foi feita uma tradução para o latim do Velho Testamento a partir desta “Septuagenita" e também a tradução do Novo Testamento, do grego para o latim.

Interessante citar que, da prisão em Roma, o apóstolo Paulo um pouco antes de morrer, escreveu a Timóteo : “Quando vieres, traze a capa que deixei em Trôade em casa de Carpo, bem como os livros, especialmente os pergaminhos” (II Timóteo 04:13). Notamos que o discípulo de Cristo solicitou duas coisas distintas: livros e pergaminhos.

A palavra grega traduzida “os livros” é "biblon" e a palavra traduzida “pergaminhos” é “membrana", A palavra biblon é derivada do nome de uma planta chamada byblos, que cresce à beira de rios e dessas plantas foram feitos os rolos em que foi escrita a palavra de Deus. É do nome “biblion" que a palavra bíblia é derivada e os cristãos que falavam o latim tomaram esta palavra grega “biblia", empregando-a no singular, e assim a palavra bíblia tornou-se o nome da coleção completa das Sagradas Escrituras.
O outro documento que Paulo solicita era "os pergaminhos" e estes não eram feitos de produto vegetal, como o papiro, mas de couro de animais, como carneiro e cabra. A palavra pergaminho é derivada do nome de uma cidade da Ásia menor chamada Pérgamo, que era um grande centro produtor de pergaminhos.

No século quarto. Jerônimo fez uma revisão das traduções latinas que ficaram conhecidas como vulgata latina e ela foi, durante aproximadamente um milênio, a bíblia da Europa e suas traduções autorizadas pela igreja católica foram feitas dela. Isto influiu muito nas futuras traduções européias, incluindo o nosso português.

Em 1320, João Wycliff traduziu a Bíblia da vulgata latina para o inglês e muitas cópias foram feitas daí. A invenção da imprensa, por Gutemberg, inaugurou uma nova era para a Bíblia.

Até o ano de 1250, em todas as traduções da Bíblia não haviam divisões de seus livros em capítulos e versículos. O cardeal Hugo foi o primeiro a fazer divisões nos livros da Bíblia em capítulos, mas somente três séculos depois os capítulos foram divididos em versículos, por Sir Roberts Stephens.

Para nós vai interessar que, em Portugal, no ano de 1681, foi publicado o primeiro Novo Testamento em português, sendo de João Ferreira da Silva a tradução. Ele traduziu até a profecia de Ezequiel, quando então faleceu e o restante da tradução foi feita por outras pessoas e publicada 62 anos depois.

Um século mais tarde, o padre Antonio Pereira de Figueiredo publicou a sua tradução do Novo Testamento e, pouco depois, da Bíblia em sua totalidade. Entre outras traduções e revisões em português, temos a tradução do padre Matos Soares, que contem cerca de oito dos considerados livros apócrifos, livros estes que não foram traduzidos de seus originais para todos os idiomas.

Temos que considerar também que muitas das traduções da Bíblia (entre elas a do rei Jaime da Inglaterra, uma das mais usadas hoje em dia) foram feitas obedecendo “conveniências” políticas, sociais e principalmente religiosas (consultar Filosofia Rosacruz, em Perguntas e Respostas, vol. 1 — perg. 78).
Há também a edição bíblica corrigida e a edição, revista e atualizada no Brasil, da tradução de João Ferreira da Silva.

A Bíblia contém 66 livros (39 no Velho Testamento e 27 no Novo Testamento) e foi escrita por, pelo menos, 37 pessoas diferentes, no decurso de cerca de 1600 anos.

O velho testamento hebraico contém 24 livros, que são os mesmos dos 39 da tradução de João Ferreira de Almeida e suas revisões. A razão?

Primeiro e segundo Samuel são contados, no Velho Testamento dos judeus, como um livro só. Também o mesmo se dá com o primeiro e segundo Reis, primeiro e segundo Crônicas, e Esdras e Neemias. Os doze profetas menores formam um só livro. O historiador Josefo, que viveu pouco tempo depois de Cristo, ainda reduziu os 24 livros para 22, combinando Ruth com Juizes e Lamentações com Jeremias.

Os tradutores da “Septuagenita" também trocaram a ordem de alguns livros e as nossas atuais Bíblias seguem esta ordem. Por exemplo: os cinco primeiros livros da Bíblia (Pentateuco) foram escritos por Moisés e os 12 livros a seguir, ou seja, o livro de Jó, supõe-se ter sido escrito também por Moisés.