04/07/2009

O Reino de Deus

O Reino de Deus - Agora ou Depois?


O mundo está repleto de cristãos presunçosos, os quais esquecem que somos apenas “servos inúteis”, que nada somos e nada podemos sem Jesus Cristo, nosso “Deus bendito eternamente”, e que nossas obras não são magníficas, conforme costumamos imaginar; na verdade, elas são apenas “trapo de imundícia”, conforme nos ensina a Palavra Santa (Isaías 64:6).

Temos observado uma crescente tendência no sentido de rejeitar a idéia de que Cristo voltará, literal e fisicamente, a fim de governar as nações, estabelecendo o Seu governo na Terra. Esta idéia tem sido substituída pelo conceito de que a Igreja vai governar o mundo, aqui estabelecendo o Reino de Deus. Este movimento tem predominado na chamada “Igreja Emergente”, a qual tem-se engajado na busca da prosperidade, da vida com propósito, da "espiritualidade contemplativa", etc. Os adeptos dessa teoria de reconstrução do mundo, através da igreja, engajam-se na política, tentando conseguir poder para melhorar as coisas.

Existem mais de 300 referências bíblicas ao período do Milênio, durante o qual o Messias [Jesus] estará presente na Terra, governando as nações. O Livro do Apocalipse fala de uma duração de 1.000 anos para esse período. Apocalipse diz onde e o que vai acontecer, quando esse Reino for estabelecido.

O Reino de Deus e o Reino dos Céus são mencionados quase 100 vezes no Novo Testamento, principalmente nos Evangelhos de Mateus e Lucas, mas também em Atos 1:3; 8:12; 14:22; 19:8; 20:25; 28:23,31; Romanos 14:17; 1 Coríntios 4:20; 6:9-10; 15:50; Gálatas 5:21; Efésios 5:5; Colossenses 1:13; 4:11; 2 Tessalonicenses 1:5; 2 Pedro 1:11 e Apocalipse 12:10.

Biblicamente, existe um reino espiritual sob o governo de Deus, no coração de cada crente nascido de novo, um reino invisível. Neste sentido, podemos dizer que já estamos no Reino. Contudo, existirá um messiânico reino literal, governado por Jesus, em Sua Segunda Vinda à Terra. Cristo estará presente, para governar Israel, por 1.000 anos, com os santos colaborando com Ele no governo. Este é o verdadeiro Reino de Deus na Terra, pelo qual devemos esperar, pacientemente.

O Evangelho do Reino está relacionado com a Sua Segunda Vinda, quando Cristo será Rei sobre toda a Terra (como Davi o foi sobre Israel). Os profetas predisseram a respeito de um tempo, no qual um descendente de Davi iria se assentar, como rei, no seu trono. Ele será o Ungido do Senhor, o Messias (Jeremias 33:15-16; Amós 9:11 e Miquéias 5:2).

No Novo Testamento, muitos cometeram o erro de achar que a primeira vinda de Jesus seria o cumprimento de todas as profecias. Em Lucas 19:11 lemos: “E, ouvindo eles estas coisas, ele prosseguiu, e contou uma parábola; porquanto estava perto de Jerusalém, e cuidavam que logo se havia de manifestar o reino de Deus”. Em Lucas 17:20-21, lemos: “E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós”. E em Lucas 21:31, lemos: “Assim também vós, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o reino de Deus está perto”.

A partir de numerosas passagens, podemos ver que existe mais de uma significação para o Reino. Uma é que ele já estava presente entre os judeus; a outra é que ele virá, no futuro. Em Lucas 17:21, Jesus disse: “o reino de Deus está entre vós” [os judeus]. A palavra grega “entos” significa “no meio”, “entre”. Os fariseus haviam feito a pergunta sobre quando o Reino iria chegar. Certamente, Jesus não quis dizer que “o Reino de Deus estava dentro deles” e, ao mesmo tempo ter-lhes dito, conforme João 8:44: “Vós tendes por pai ao diabo”. O próprio Jesus é o Rei desse Reino e onde o Rei está presente, aí se encontra o Reino [Foi nesse sentido que Jesus falou].

Em seguida, Jesus descreveu o futuro evento de quando o Reino virá. A Escritura nos mostra um reino espiritual na Terra, com Jesus expulsando demônios (Mateus 12:28; 4:23), curando enfermos e salvando almas. Mesmo assim, não foi este o cumprimento principal do Reino de Deus. O Evangelho focaliza esse Reino como a presença de Jesus na Terra, mas também fala de um Reino que será estabelecido no futuro, com a Sua Segunda Vinda.

O Reino não é a Igreja - Se assim fosse, Deus estaria governando a Terra através da igreja, o que não acontece. Existem muitas distinções entre o Reino e a igreja. Os termos “Reino” e “igreja” nunca são intercambiáveis na Escritura, como acontece com os termos “Reino de Deus” e “Reino dos Céus”. Nas 113 ocorrências do termo “igreja” (ekklesia, no Grego), ele jamais é usado como sendo o Reino. Esse Reino vai chegar, quando o Rei estiver presente, literalmente, para governar, o que nos remete à Sua Segunda Vinda, quando haverá o julgamento das nações. É claro que os apóstolos pregaram o Reino de Deus (Atos 8:12; 19:8; 28:23), mas não podemos substituir “igreja” por “Reino”, nestas passagens. Contudo, existe uma relação entre ambos. A igreja é constituída de pessoas nascidas de novo, as quais se submetem ao governo de Cristo em suas vidas, tornando-se, imediatamente, parte do Seu Reino, sendo-lhes assegurada a participação no (futuro) Reino de Deus, quando Cristo regressar.

Mateus 13 fala em parábolas do mistério do Reino. Jesus compara o Reino dos Céus a um homem que semeou boa semente em seu campo (Mateus 13:24); a um grão de mostarda (Mateus 13:31; Marcos 4:31); ao levedo levedando a massa (Mateus 13:33); a um tesouro (Mateus 13:44); a uma pérola (verso 45); a uma rede (versos 47-50); a um rei que chamou os servos para lhe prestar contas (Mateus 18:23-35); a um dono de terra que assalariou trabalhadores (Mateus 20:1-16); a um rei que preparou as bodas do seu filho (Mateus 22:1-14; Lucas 14:16-24; às dez virgens que vão ao encontro do Noivo (Mateus 25:1-13); a um homem que viajou para uma terra distante e deu aos seus servos talentos para serem prosperados (Mateus 25:14-30; Lucas 19:12-27).

O atual Reino de Deus é invisível, discernido apenas espiritualmente (João 3:3). Ele é mencionado duas vezes, por Jesus, a Nicodemos, em João 3:3,5: “Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus”. No verso 6, Jesus explica: “O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito”. Este novo nascimento é necessário para se entrar no Reino de Deus, conforme Lucas 18:17,24,25. Ele é gerado através da semente (evangelho), a qual, quando semeada em boa terra (coração), brota, cresce e dá fruto. As sementes que produzem os filhos do Reino crescem junto com o joio (filhos do Diabo), até que chegue o tempo da colheita. Os que nasceram de novo entrarão no Reino de Deus, ficando ao lado de Cristo, e os que não nasceram de novo serão rejeitados.

Quando mencionamos hoje a expansão do Reino de Deus, estamos falando do Reino espiritual. Em Grego, a palavra “Reino” é “Basiléia”, significando: soberania, poder real e domínio. Também se refere ao território ou povo sobre o qual o rei governa. Desse modo, “reino” é uma designação tanto de poder como de forma de governo e, no porvir, designará o território e o governo - o reino e o reinado. A significação básica de “reino” envolve três coisas: um governante, um povo que é governado e um território, no qual o povo é governado.

Quando estava Terra, sendo julgado por Pilatos, Jesus disse : “O meu reino não é deste mundo” (João 18:36); Então haverá um Reino, com Cristo reinando, no futuro, pois Ele veio ao mundo para ser Rei (João 18:37). Em Lucas 22:18, Ele diz: “Porque vos digo que já não beberei do fruto da vide, até que venha o reino de Deus”, o que implica em um Reino futuro e literal de Cristo na Terra. Isaías 2:2 diz: “E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do SENHOR no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações”. Em Zacarias 14:16, lemos: “E acontecerá que, todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorar o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para celebrarem a festa dos tabernáculos”. Se os judeus e os cristãos realmente acreditassem nas profecias, ficariam mais tranqüilos em relação ao desejo dos inimigos de Israel de exterminar esta nação. Se não existir Israel, também não haverá um Reino. Em Isaías 2:3, lemos: “E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do SENHOR”. E o verso 4-c mostra que não haverá mais guerra, mas somente paz entre as nações: “uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear”. Como isso ainda não está acontecendo, fica bem claro que o Reino de Deus ainda não chegou e, portanto, esta profecia se refere ao futuro, pois ainda não temos paz no mundo, mas somente convulsões e desastres ecológicos, muito mais do que jamais houve antes (exatamente como Jesus disse que iria acontecer, antes de Sua volta). Muitos citam Marcos 9:11, tentando provar que o Reino já chegou. Mas esta passagem apenas mostra Cristo revelando Sua glória futura aos discípulos mais íntimos. Tanto que, quando Pedro se ofereceu para construir tendas para Ele, Moisés e Elias, Jesus “ordenou-lhes que a ninguém contassem o que tinham visto, até que o Filho do homem ressuscitasse dentre os mortos” (verso 9).

Na 2 Pedro 1:16-17, lemos: “Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas; mas nós mesmos vimos a sua majestade. Porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho amado, em quem me tenho comprazido”.

Em Lucas 22:25-27, Jesus explica que a posição do cristão no Reino é a de servo. Em Seu Reino haverá servos porque Ele é o Rei. Ele ensinou que o servo não é maior do que o seu Senhor. Todos nós ficaremos sob a Sua autoridade, pois Ele disse: “É-me dado todo o poder no céu e na terra”. (Mateus 28:18). Somente Ele tem toda autoridade; somente Ele é digno de governar. Em Apocalipse 19:15, lemos: “E da sua boca saía uma aguda espada, para ferir com ela as nações; e ele as regerá com vara de ferro...”. Deus Pai jamais concedeu autoridade de governar a homem algum, nem à igreja, mas somente ao Seu Filho: “Pede-me, e eu te darei os gentios por herança, e os fins da terra por tua possessão” (Salmos 2:8). Em Daniel 7:27, lemos: “E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão”.

Em Mateus 6:10, Jesus ensinou sobre um Reino futuro aos Seus discípulos: “Venha o teu reino”. Está claro, nas Escrituras, que o Rei Jesus virá à Terra, fisicamente, e que este evento acontecerá pouco antes do julgamento das nações, após o qual haverá o estabelecimento do Seu Reino Milenar. (Mateus 25:31-34). Entrementes, devemos pregar o Reino de Deus através da semeadura do Evangelho. Quem o receber, nascerá de novo e entrará no Reino de Deus, no Reino Milenar. Quem o rejeitar, ficará do lado de fora. Jesus disse: “Ninguém pode vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.” (João 6:65)... “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora (João 6:37).

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