A
breve História do Cristianismo
A doutrina do cristianismo
baseia-se na crença de que todo o ser humano é eterno, a exemplo de Cristo, que
ressuscitou após sua morte. A fé cristã ensina que a vida presente é uma
caminhada e que a morte é uma passagem para uma vida eterna e feliz para todos
os que seguirem os ensinamentos de Cristo.
Os ensinamentos estão
contidos exclusivamente na Bíblia, dividida entre o Antigo e o Novo Testamento.
O Antigo Testamento trata da lei judaica, ou
Torah. Começa com relatos da criação e é todo permeado pela promessa de que
Deus, revelado a Abraão, a Moisés e aos profetas enviaria à Terra seu próprio
filho como Messias, o salvador.
O Novo Testamento contém os
ensinamentos de Cristo, escritos por seus seguidores. Os principais são os
quatro evangelhos ("mensagem", "boa nova"), escritas pelos
apóstolos Mateus, Marcos, Lucas e João. Também inclui os Atos dos Apóstolos
(cartas e ensinamentos que foram passados de boca em boca no início da era
cristã, com destaque para as cartas de Paulo) e o Apocalipse.
O nascimento do cristianismo
se confunde com a história do império romano e com a história do povo judeu. Na
sua origem, o cristianismo foi apontado como uma seita surgida do judaísmo e
terrivelmente perseguida.
Quando Jesus Cristo nasceu, por volta do ano
4 AC, na pequena cidade de Belém, próxima a Jerusalém, os romanos dominavam a
Palestina. Os judeus viviam sob a administração de governadores romanos e, por
isso, aspiravam pela chegado do Messias (criam que seria um grande homem de
guerra e que governaria politicamente), apontado na Torá (VT)como o enviado que
os libertaria da dominação romana.
Até os 30 anos Jesus viveu
anônimo em Nazaré, cidade situada no norte do atual Israel. Aos 33 anos seria
crucificado em Jerusalém e ressuscitaria três dias depois. Em pouco tempo,
aproximadamente três anos, reuniu seguidores (os 12 apóstolos) e percorreu a
região pregando sua doutrina e fazendo milagres, como ressuscitar pessoas mortas
e curar cegos, logo tornou-se conhecido de todos e grandes multidões o seguiam.
Mas, para as autoridades
religiosas judaicas ele era um blasfemo, pois autodenominava-se o Messias. Não
tinha aparência e poder para ser o o líder que libertaria a região da dominação
romana. Ele apenas pregava paz, amor ao próximo. Para os romanos, era um
agitador popular.
Após ser preso e morto, a
tendência era de que seus seguidores se dispersassem e seus ensinamentos fossem
esquecidos. Ocorreu o contrário. É justamente nesse fato que se assenta a fé
cristã. Como haviam antecipado os profetas no Antigo Testamento, Cristo
ressuscitou, apareceu a seus apóstolos (Apóstolo quer dizer enviado.) que
estavam escondidos e ordenou que se espalhassem pelo mundo pregando sua
mensagem de amor, paz, restauração e salvação.
O cristianismo firmou-se
como uma religião de origem divina. Seu fundador era o próprio filho de Deus,
enviado como salvador e construtor da história junto com o homem. Ser cristão,
portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em
seus ensinamentos.
Rapidamente, a doutrina cristã se espalhou
pela região do Mediterrâneo e chegou ao coração do império romano.
A difusão do cristianismo
pela Grécia e Ásia Menor foi obra especialmente do apóstolo Paulo, que não era
um dos 12 e teria sido chamado para a missão pelo próprio Jesus. As comunidades
cristãs se multiplicaram. Surgiram rivalidades. Em Roma, muitos cristãos foram
transformados em mártires, comidos por leões em espetáculos no Coliseu, como
alvos da ira de imperadores atacados por corrupção e devassidão.
Em 313, o imperador Constantino se converteu
ao cristianismo e concedeu liberdade de culto, o que facilitou a expansão da
doutrina por todo o império. Antes de Constantino, as reuniões ocorriam em
subterrâneos, as famosas catacumbas que até hoje podem ser visitadas em Roma.
O cristianismo, mesmo firmando-se como de
origem divina, é, como qualquer religião, praticado por seres humanos com
liberdade de pensamento e diferentes formas de pensar.
Desvios de percurso e
situações históricas determinaram os rachas que dividiram o cristianismo em
várias confissões (as principais são as dos católicos, protestantes e
ortodoxos).
O primeiro grande racha veio
em 1054, quando o patriarca de Constantinopla, Miguel Keroularios, rompeu com o
papa, separando do cristianismo controlado por Roma as igrejas orientais, ditas
ortodoxas. Bizâncio e depois Constantinopla (a Istambul de hoje, na Turquia),
seria até 1453 a capital do império romano do Oriente, ou Império Bizantino.
O império romano do Ocidente
já havia caído muito tempo antes, em 476, marcando o início da Idade Média. E
foi justamente na chamada Idade Média, ainda hoje um dos períodos mais obscuros
da história, que o cristianismo enfrentou seus maiores desafios, produzindo
acertos e erros.
Essa caminhada culminou com o segundo grande
racha, a partir de 1517. O teólogo alemão Martinho Lutero, membro da ordem
religiosa dos Agostinianos, revoltou-se contra a prática da venda de
indulgências e passou a defender a tese de que o homem somente se salva pela
fé.
Lutero é excomungado e funda
a Igreja Luterana. Não reconhece a autoridade papal, nega o culto aos santos e
acaba com a confissão obrigatória e o celibato dos padres e religiosos. Mas
mantém os sacramentos do batismo e da eucaristia.
Mais tarde, a chamada
Reforma Protestante deu origem a outras inúmeras igrejas cristãs, cada uma com
diferentes interpretações de passagens bíblicas ou de ensinamentos de
Cristo.Outras levantadas pelo próprio Espírito Santo, dão continuidade aos
propósito do Senhor Deus.
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