30/01/2012

ATRIBUTOS DE DEUS


Quais os Atributos de Deus?



        Atributos são as qualidades inerentes a Deus, próprias dEle. Dividem-se em dois:


ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS: que não podem ser transferidos ao homem (ONIPRESENÇA, ONISCIÊNCIA, ONIPOTÊNCIA, INFINITUDE e IMUTABILIDADE);


ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS: os que podem ser transferidos ao homem (AMOR, SANTIDADE, JUSTIÇA, VERDADE). (Êx 3.14; Pv 5.21; 15.3; At 15.17-18; Tg 1 17; Sl 139.1-12; 147.13-18).


Os Atributos de Deus

INTRODUÇÃO


        Sendo Deus um ser infinito, é impossível que qualquer criatura o conheça exatamente como ele é. No entanto, ele bondosamente revelou-se mediante linguagem compreensiva a nós.

         Os atributos de Deus indicam vários aspectos do seu caráter. Os atributos de Deus podem ser incomunicáveis ou comunicáveis. Os atributos incomunicáveis são aqueles que referem-se ao que Deus é por si próprio, ou seja, atributos que somente Ele possui. Os atributos incomunicáveis são: onipotência, onipresença, onisciência, infinitude, espiritualidade, imutabilidade, soberania, unidade, eternidade e independência. Os atributos comunicáveis são aqueles com que Deus se relaciona com os seres por Ele criados, também conhecidos como atributos morais. Os atributos comunicáveis são: fidelidade, bondade, santidade, justiça, veracidade, misericórdia, soberania, amor, misericórdia e sabedoria.

         O objetivo desse estudo é demonstrar através da Bíblia os atributos de Deus acima mencionados de uma forma clara e objetiva.

1. OS ATRIBUTOS INCOMUNICÁVEIS

 1.1 ONIPOTÊNCIA


        Deus é onipotente. (Gn 1.1;17.1;18.14;Ex 15.7;Is 40.12;Dn 3.17;Mt 19.26;Ap 15.3;19.6) A onipotência de Deus significa duas coisas: (1) Sua liberdade e poder para fazer tudo que esteja em harmonia com a sua natureza. Isto não significa que ele possa ou queira fazer alguma coisa contraria a sua natureza - por exemplo, mentir ou roubar. Isso não quer dizer, jamais, que Deus empregue todo o seu poder e autoridade em todos os momentos. Por exemplo, Deus tem poder para exterminar totalmente o pecado, mas optou por não fazer assim até o final da história humana (ver 1Jo 5.19 nota). Em muitos casos, Deus limita o seu poder, quando o emprega através do seu povo (2Co 12.7-10); em casos assim, o seu poder depende do nosso grau de entrega e de submissão a Ele (Ef 3.20). (2) Seu controle e sabedoria sobre tudo que existe ou que possa existir. Toda a vida é sustentada por Deus (Hb 1.3; At 17.25,28; Dn 5.23).

 1.2 ONIPRESENÇA

         Deus é onipresente, isto é, o espaço material não o limita em ponto algum. (Gn 28.15,16;Dt 4.39;Js 2.11;Is 66.1;At 7.48,49 e Ef 1.23). No Antigo Testamento, as nações serviam a deuses regionais, ou nacionais, cujo poder limitava-se à localidade ou ritual. Na maioria dos casos, os devotos achavam que tais deidades tinham poder somente nos domínios habitados pelos povos.


        Embora Deus esteja em todo lugar, ele não habita em todo lugar somente ao entrar em relação pessoal com o grupo ou com um indivíduo se diz que Ele habita com eles. O salmista afirma que, não importa para onde formos, Deus está ali (Sl 139.7-12; cf. Jr 23.23,24; At 17.27,28); Deus observa tudo quanto fazemos.


1.3 ONISCIÊNCIA

         Deus é onisciente, porque conhece todas as coisas. (Gn 18.18; II Rs 8.10; Jr 1.4-5; Dn 2.22; At 15.8; Rm 8.27; II Tm 2.19; I Jo 3.20). O conhecimento de Deus é perfeito, ele não precisa arrazoar, ou pesquisar as coisas, nem aprender gradualmente - seu conhecimento do passado, do presente e do futuro é instantâneo.

         Sendo Deus conhecedor de todas as coisas, ele sabe quem se perdera, mas a presciência de Deus sobre o uso que a pessoa fará do livre arbítrio não obriga a escolher este ou aquele destino. Deus prevê sem intervir. Ele sabe todas as coisas (Sl 139.1-6; 147.5). Ele conhece, não somente nosso procedimento, mas também nossos próprios pensamentos (1Sm 16.7; 1 Rs 8.39; Sl 44.21; Jr 17.9,10). Quando a Bíblia fala da presciência de Deus (Is 42.9; At 2.23; 1Pe 1.2), significa que Ele conhece com precisão a condição de todas as coisas e de todos os acontecimentos exeqüíveis, reais, possíveis, futuros, passados ou predestinados (1Sm 23.10-13; Jr 38.17-20). A presciência de Deus não subentende determinismo filosófico. Deus é plenamente soberano para tomar decisões e alterar seus propósitos no tempo e na história, segundo sua própria vontade e sabedoria. Noutras palavras, Deus não é limitado à sua própria presciência (ver Nm 14.11-20; 2Rs 20.1-7)

 1.4 INFINITUDE

         Deus é infinito, isto é, não esta sujeito as limitações naturais e humanas. A sua infinitude é vista de duas maneiras: (1) Em relação ao espaço. A natureza da Divindade esta presente de modo igual em todo o espaço infinito e em todas as suas partes. Nenhuma parte existente esta separada da sua presença ou de sua energia, e nenhum ponto do espaço escapa a sua influencia. Mas, ao mesmo tempo, não devemos esquecer que existe um lugar especial onde sua presença e glória são reveladas duma maneira extraordinária; esse lugar é o céu. (2) Em relação ao tempo, Deus é eterno (Ex. 15.18; Dt 33.27; Jr 10.10 e Ap 4.8-10). Ele existe desde a eternidade e existira por toda a eternidade, o passado, o presente e o futuro são todos como o presente à sua compreensão. Sendo eterno, Ele é imutável.


1.5 ESPIRITUALIDADE

         Deus é espírito (Jo 4.24). Deus é espírito com personalidade; ele pensa, sente e fala. Sendo espírito Deus não esta sujeito as limitações as quais estão sujeitos os seres dotados de corpo físico.

         Ele não possuí partes corporais nem esta sujeito as paixões; sua pessoa não se compõe se nenhum elemento material. Portanto não pode ser visto com os olhos naturais nem apreendido pelos sentidos naturais. Isto não implica que Deus leve uma existência sombria e irreal. Deus é uma pessoa real, mas de natureza tão infinita que não se pode aprendê-lo pelo conhecimento humano nem tampouco descrevê-lo em linguagem humana.


1.5 IMUTABILIDADE

         Deus é imutável, isto é, Ele é inalterável nos seus atributos, nas suas perfeições e nos seus propósitos para a raça humana (Nm 23.19; Sl 102.26-28; Is 41.4; Ml 3.6; Hb 1.11,12; Tg 1.17). Isso não significa, porém, que Deus nunca altere seus propósitos temporários ante o proceder humano. Ele pode, por exemplo, alterar suas decisões de castigo por causa do arrependimento sincero dos pecadores (Jn 3.6-10). Além disso, Ele é livre para atender as necessidades do ser humano e às orações do seu povo. Em vários casos a Bíblia fala de Deus mudando uma decisão como resultado das orações perseverantes dos justos ( Nm 14.1-20; 2Rs 20.2-6; Is 38.2-6; Lc 18.1-8;)


1.6 SOBERANIA

         Deus é soberano, isto é, Ele tem o direito absoluto de governar suas criaturas e delas dispor como lhe apraz (Dn 4.35; Mt 20.15; Rm 9.21). Ele possuí esse direito em virtude de sua infinita superioridade em sua posse absoluta de todas as coisas, e da absoluta dependência delas perante ele para que continue existindo. Desta maneira, tanto é insensatez, como transgressão, censurar os seus caminhos.

1.7 UNIDADE

        Deus é o único Deus (Êx 20.3; Dt 4.35; Is 44.6-8; I Tm 1.17). "Houve, Israel o Senhor nosso Deus é o único Senhor". Este era um do fundamentos da religião do Antigo Testamento, Haverá contradição entre este ensino da unidade de Deus e o ensino da trindade no Novo Testamento? É necessário distinguir entre duas qualidades de unidade, existe a unidade absoluta e a unidade composta. A expressão "Um homem" traz a idéia de unidade absoluta, por que se refere a uma só pessoa. Mas quando lemos que homem e mulher serão "Uma só carne" (Gn 2.24) essa é uma unidade composta, visto que se refere a união de duas pessoas.

 A qual classe de unidade se refere Deuteronômio 6.4? Pelo fato de a palavra "Nosso Deus" estar no plural (ELOHIM no hebraico) concluímos que se refere a unidade composta. A doutrina da trindade ensina a unidade de Deus como unidade composta, inclusive de três pessoas divinas unidas na essencial unidade eterna.


1.8 ETERNIDADE

         Deus não esta limitado pelo tempo. Os termos eterno, perpetuo e para sempre, são freqüentemente empregados pelos tradutores da Bíblia na tentativa de capitar o sentido das expressões hebraicas e gregas que colocam a Deus dentro da nossa realidade temporal e finita. Ele existia antes da criação: "Antes que os montes nascessem ou que Tu formastes a Terra e o mundo, sim de eternidade a eternidade, Tu és Deus" (Sl 90.2).

 1.9 INDEPENDÊNCIA

         Deus é transcendente — Ele é diferente e independente da sua criação (Êx 24.9-18; Is 6.1-3; 40.12-26; 55.8,9). Seu ser e sua existência são infinitamente maiores e mais elevados do que a ordem por Ele criada (1Rs 8.27; Is 66.1,2; At 17.24,25). Ele subsiste de modo absolutamente perfeito e puro, muito além daquilo que Ele criou. Ele mesmo é incriado e existe à parte da criação (ver 1Tm 6.16 nota). A transcendência de Deus não significa, porém, que Ele não possa estar entre o seu povo como seu Deus (Lv 26.11,12; Ez 37.27; 43.7; 2Co 6.16).


2. ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS

2.1 FIDELIDADE

         Deus é fiel. Ele é absolutamente digno de confiança; as suas palavras não falharão. Os deuses das religiões do oriente próximo eram volúveis e caprichosos. A grande cessão era o Deus de Israel. Ele é fiel na sua natureza e nas suas ações. A palavra hebraica (AMEN), "verdadeiramente, é derivada de uma das mais notáveis descrições do caráter de Deus, que reflete a sua certeza e fidedignidade.

O senhor comprova a sua fidelidade ao cumprir as suas promessas (Dt 7.9; Js 23.14 e Sl 89.2)

 2.2 BONDADE

         Deus é bom. A bondade de Deus é o atributo em razão do qual ele concede a vida e outras bênçãos as suas criaturas (Sl 25.8;Mt 5.45). Tudo quanto Deus criou originalmente era bom, era uma extensão da sua própria natureza (Gn 1.4,10, 12, 18, 21, 25,31). Ele continua sendo bom para sua criação, ao sustentá-la, para o bem de todas as suas criaturas. Deus cuida até dos ímpios (Mt 5.45). Deus é bom principalmente para os seus, que o invocam em verdade (Sl 145.18-20).

 2.3 SANTIDADE

         Deus é santo (Êx 15.11; Js 24.19; Is 6.3; I Pe 1.15,16 e Ap 15.3). A santidade de Deus significa a sua absoluta pureza moral; Ele não pode pecar nem tolerar o pecado. O sentido original da palavra santo é separado. Deus está separado do homem no espaço - Ele esta no céu, o homem na Terra; separa do homem quanto a natureza e caráter - Ele é perfeito, o homem é imperfeito; Ele é divino, o homem é humano; Ele é moralmente perfeito, o homem é pecaminoso. Somente Deus é santo em si mesmo, o povo, os edifícios e os objetos são descritos como santos porque Deus os fez santos e os tem santificado. Os homens santificam a Deus quando o honram e o reverenciam como divino (Nm 20.12 e Lv 10.3). Quando o desonram, pela violação de seus mandamentos se diz que profanam seu nome. (Mt 6.9)

2.4 JUSTIÇA

         Deus é justo. Justiça é santidade em ação, a santidade de Deus é manifestada no tratar retamente com suas criaturas. A justiça é obediência a uma norma reta. Deus manifesta este atributo quando livra o inocente, condena o ímpio, quando perdoa o penitente (Sl 51.14), quando julga e castiga seu povo (Is 8.17), quando da vitória a causa dos seus servos fieis (Is 50.4-9). Deus não somente trata justamente como também requer justiça. Quando o homem peca Deus graciosamente justifica o penitente (Rm 4.5).

2.5 VERACIDADE

         "Deus não é homem para que minta" (Nm 23.19). Deus é perfeitamente fiel as suas promessas e aos seus mandamentos (Sl 33.4). Sua integridade moral é sua característica pessoal permanente (Sl 119.160). A veracidade estável e permanente do senhor é o meio através do qual somos santificados, porque a verdade proclamada tornou-se a verdade encarnada (Jo 1.14). Tudo quanto Deus nos revelou é a mais absoluta verdade. Tudo quanto ele fez até agora, no que se fere ao cumprimento de suas promessas, é a garantia definitiva de que ele cumprira tudo o que prometeu (Jo 14.6; T1. 1).

 2.6 AMOR

         Deus é amor. O amor é o atributo de Deus em razão do qual ele deseja relação pessoal com aqueles que possuem a sua imagem e, mui especialmente, com aqueles que foram santificados em caráter, feitos semelhantes a ele. O amor de Deus é altruísta pois abraça ao mundo inteiro, composto de humanidade pecadora (Jo 3.16;Rm 5.8). A manifestação principal desse seu amor foi a de enviar seu único filho, Jesus para morrer em lugar dos pecadores (I Jo 4.9,10). Alem disso, Deus tem amor paternal especial a aqueles que estão reconciliados com ele por meio de Jesus (Jo 16.27).

2.7 MISERICÓRDIA

        Deus é misericordioso. "A misericórdia de Deus é a divina bondade em ação com respeito as misérias de suas criaturas, bondade que se comove a favor deles, provendo o seu alivio, e , no caso de pecadores impenitentes, demonstrando paciência longânima" (Tt 3.5;Lm 3.22;Is 49.13). Experimentar a misericórdia de Deus significa ser preservado do castigo a que se faz jus. Deus é o juiz supremo que detém o poder para determinar, em última analise, a punição a quem merece. Quando ele nos perdoa do pecado e a culpa, experimentamos a sua misericórdia. A misericórdia de Deus manifestou-se de maneira eloqüente ao enviar Cristo ao mundo (Lc 1.78).

2.8 SABEDORIA

         A sabedoria (Hb. Hochnah) reúne o conhecimento da verdade com a experiência do cotidiano. A sabedoria como conhecimento pode capacitar a pessoa a encher sua mente com uma enorme quantidade de fatos, mas sem qualquer entendimento do seu significado ou aplicação. A verdadeira sabedoria, porém orienta.

         O conhecimento que Deus possuí da-lhe o discernimento de tudo quanto existe e o que poderá a vir existir. Tendo em vista o fato que Deus existe por si mesmo seus conhecimentos estão além de nossa simples imaginação; são ilimitados (Sl 147.5). Ele aplica com sabedoria o seu conhecimento. Todas as obras das suas mãos são feitas pela sua grande sabedoria (Sl 104.24), e assim Ele tirar e colocar reis, mudar o tempo e as estações, conforme lhe parecer bem (Dn 2.21)

 CONCLUSÃO

         Muito se pode dizer de um ser tão grande como Deus. Compreender a Deus em sua plenitude seria tão difícil como colocar o Oceano num copo, mas Ele tem revelado a si mesmo o suficiente para esgotar a nossa capacidade.

         Depois de estudarmos os atributos de Deus, entendemos, que Ele existe por si mesmo, pois não depende de nenhuma fonte originária para existir. Seu próprio nome Yahweh, declara: "Ele é e continuará sendo". Deus não depende de ninguém para aconselhá-lo ou para ensiná-lo. Ele não necessitou de outro ser para ajudá-lo na criação e na providência.

         Agora que sabemos um pouco mais sobre a grandeza de Deus, resta-nós louvá-lo, agradecê-lo e nos momentos difíceis acreditarmos que Ele está cuidando de nós.


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