A Batalha Espiritual da Igreja de Cristo
Efésios - 6 - 10 : 20
Quando uma guerra é declarada, iniciada, não há mais lugar para neutralidade. Se o inimigo vem sobre a cidade, todos que ali estão, são considerados inimigos e alvos da arma inimiga. Quando uma bomba cai em um lugar não escolhe a quem atingir. Quando os americanos foram alvo dos suicidas nas torres gêmeas, não só americanos morreram, mas brasileiros e tantos outros estrangeiros também foram atingidos.
Ninguém estava preparado para tal investida, e depois de deflagrada a guerra contra o Talibã, o mundo todo de alguma forma foi afetado. Ninguém pode dizer: “O que tenho com esta guerra?
Narração:
Na carta aos efésios, Paulo apresenta inicialmente o que Deus em Cristo fez por nós, o que Deus em Cristo fez em nós; e a seguir, Paulo apresenta o que Deus em Cristo faz através de nós, concedendo dons aos homens (cap.4). Assim o apóstolo passa a instruir a igreja sobre sua nova vida, sua nova natureza, e seu dever. Podemos considerar algumas afirmações paulinas para refletirmos neste tema da Batalha espiritual da Igreja de Cristo. Assim, vejamos:
I – A ARMADURA DE DEUS É IMPERATIVA PARA SE RESISTIR.
“Revesti-vos de toda a armadura de Deus.”(6.11) – “Tomai toda a armadura de Deus.” (6.13)
Alguns comentaristas argumentam que Paulo olhava um soldado ou pensava em um soldado romano e descrevia sua vestidura de guerra; mas qual seria a vestidura de Deus que habilita o crente para lutar e vencer a sua batalha espiritual?
1)-Vs.l4 (A verdade deve nos habilitar a ação, ( Cingir )O nosso agir diário, o nosso relacionamento, o nosso trabalho, tudo deve ser agilizado e operado em verdade e com a verdade. O diabo é o pai da mentira, nós em Cristo Jesus , somos filhos de Deus, somos da família real, irmão e herdeiros com Cristo que é a verdade. Paulo nesta carta diz que devemos falar a verdade uns com os outros porque somos membros uns dos outros , ainda que devemos falar a verdade, deixando de lado a mentira.
2)- A justiça deve ser a couraça protetora de nosso coração. Paulo nos afirma que o Reino de Deus é reino de justiça, Deus , o nosso pai é justo; em Jesus nunca houve injustiça, se somos filhos de Deus e herdeiros deste reino, não podemos operar em injustiça. Aquele que pratica a justiça é justo e conhece a
3)-Vs.l5, O Evangelho da paz. Os nossos pés devem ser calçados com ele. Este evangelho nos dá mobilidade segura. Paulo repete o profeta quando diz que formosos são os pés dos que anunciam as boas novas. Os pés calçados eram fundamentais ao guerreiro em batalha. Seus movimentos eram sustentados e podia-se proteger de ferimentos nos pés.
4)-Vs.l6, Nosso escudo é a fé, ela resiste protetoramente aos dardo inflamados do maligno. Todo aquele que segue a Cristo será perseguido e alvo das setas de fogo maligno. O maligno sabe que pode nos atingir, e sabe como atingir e onde atingir. O escudo do cristão é a sua fé em
5)- A espada do Espírito, que é a Palavra de Deus, nas mãos. Não temos só armas de defesa, temos também de ataque: a espada de dois gumes. Crentes que manejam bem a palavra do Espírito são ousados, confiantes. Sua palavra será palavra de Deus. Quando a espada do Espírito, que é espada de dois gumes, é usada no poder e unção de Deus, nem as portas do inferno a resiste. Esta espada é invencível. Com ela Jesus nocauteou Satanás, rebatendo todas as tentações dizendo: “Também está escrito...”
II – A BATALHA JÁ ESTÁ DEFLAGRADA
1 - “Vs.12. A nossa luta... Nesta guerra cheia de armadilhas não pode haver negligência, não pode haver omissão, não pode haver deserção, não pode haver pacifismo. A batalha é nossa em termos de coletividade, mas também em termos pessoais. Esta luta é minha luta, esta guerra é minha guerra. Li em certo lugar que durante a II guerra mundial, o Dr. Stott se alistou nas forças britânicas, mas, seu filho, John Stott, teólogo, não se alistou alegando ser um pacifista. Seu pai tomou aquilo como traição à pátria e ficou sete anos sem falar com o seu filho.; anos depois se reconciliaram. A segunda guerra mundial passou, os inimigos foram vencidos, e o Dr. John Stott permaneceu escrevendo seus livros, dando suas aulas e ainda um cidadão americano vencedor.
2 - “...é contra o diabo...”O inimigo é conhecido e declarado – o diabo, os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes. Ele é o mesmo que fez cair Adão e Eva, o mesmo que tentou Jesus no deserto com todas as suas forças, é o mesmo que pôs nos lábios de Pedro palavras desvirtuadoras dos propósitos do Pai quanto a redenção pelo Filho; o mesmo que entrou no coração de Judas o levou a trair Jesus ; é mesmo que anda ao nosso redor como leão rugindo procurando alguém para devorar.
O cristianismo é coisa séria, é questão de vida ou morte: lidamos com realidades eternas que determinam o futuro das pessoas.
Por esta causa não dá para resistir sem a armadura de Deus.” A Igreja não está em berço esplendido, está em guerra; não está em um piquenique, estamos num campo de batalha”. A Igreja não está em um clube espiritual, mas num campo de batalha espiritual.
Assim, ao se alistar no exército de Deus, seja diligente e tome toda a armadura de Deus para que possa resistir e prevalecer contra as armadilhas do inimigo astuto.
Um evangelho solucionador de todos os problemas da vida é falso, mas uma vida cristã sem lutas é no mínimo estranho.
Jesus exortou seus discípulos, dizendo que no mundo teriam aflições e ainda mais, que o mundo os odiaria, haveriam de ter inimigos até dentro de suas casa,s contudo, deveriam ter bom ânimo, pois Ele venceu o mundo e assim como Ele venceu , também venceriam.
Aplicação
Nunca, nesta terra, haveremos de ter vida isenta de perseguições, lutas, tristezas, decepções, contudo, uma vida derrotada é sempre estranho ao cristão, lutas sim, mas derrotado é sinal de que prevaleceu o inimigo e que no mínimo este cristão não estava equipado.
Há um hino que cantamos a muitos anos. “Não é dos fortes a vitória, nem dos que correm melhor, mas dos fiéis e sinceros que seguem junto ao Senhor.” Sim, em Cristo somos mais que vencedores.
Conclusão
A batalha espiritual da Igreja é uma realidade inegável e nós,. Você e eu somos chamados para nos revestirmos e nos equiparmos com toda a armadura de Deus. A Batalha já está deflagrada, mas revestidos, seremos firmes, habilitados e capacitados e seremos vencedores e permaneceremos inabaláveis até o dia de Cristo Jesus. Amém.
A importância da armadura de Deus
Efésios - 6 - 10 : 18
1 – O Cinto da Verdade
• Ele é o principio – a primeira de todas as coisas
• Ele combate toda mentira, falsidade e engano
• A verdade nos diz quem somos e quem é o inimigo
• A verdade nos dá uma visão correta dos campos de batalha
• A verdade cingida nos lombos nos dá firmeza na hora da batalha
• Ela triunfa de forma final e total sobre os inimigos
• Ela está ligada ao caráter e com ele se relaciona.
2 – A Couraça da Justiça
• Serve de proteção eficaz contra os ataques do inimigo
• Sem a justiça a armadura fica vulnerável
• A verdade atua no íntimo, a justiça no exterior
• Ela cobre os órgãos vitais do corpo e os protegem
• É a própria justiça de Deus que nos dá proteção
3 – O Evangelho da Paz
• Com os pés desprotegidos os soldados não podem caminhar
• Exercito que marcha vitoriosamente deixando marcas de paz
• Se faz presente onde deus enviar
• É conduzido no caminho da retidão
• Significa prontidão, ordem, submissão e atenção.
4 – O Escudo da Fé
• Protege o soldado da cabeça aos pés
• Revela uma postura espiritual adequada
• Neutraliza e destrói totalmente os dardos do inimigo
• Revela as convicções da alma do crente
• Cresce, agiganta-se, quanto mais for utilizado.
5 – O Capacete da Salvação
• A Cabeça “mente” é alvo prioritário do inimigo
• As crises de consciência têm que estar resolvidas
• De forma alguma os soldados podem “perder a cabeça”
• É impossível batalhar sem o capacete
• Consciência, certeza, confiança e convicção da salvação.
6 – A Espada do Espírito (Arma de Ataque)
• Como Espada ela fere, corta, penetra e mata (He 4.12);
• Como fogo ela aquece, ilumina, queima e devora (Jr 23.29);
• Como Água ela limpa, purifica e mata a sede (Ef 5.26);
• Como Luz ela expulsa as trevas, e traz calor (Sl 119.105);
• Como Medicina ela cura, restaura e dá vigor (Sl 107.20);
• Como Pão Espiritual ela fortalece e dá vida (Mt 4.4).
7 – Vigilância e Oração (Arma de Ataque e Defesa)
• O Espírito Santo nos ajuda na oração (Rm 8.26-27);
• Ela sobe como incenso ao Senhor (Ap 8.3);
• Quando oramos elevamos a alma ( Sl 5.1);
• Orar e derramar o coração diante do Pai (Sl 62.8);
• Pela oração nos chegamos a Deus (Hb 10. 22);
• Orar é implorar ao Senhor a benção Divina (Êx 32.11).
A palavra da cruz
1º Coríntios - 1 - 18 : 18
O ser humano recebeu de Deus o livre-arbítrio, ou seja, é livre para pensar, opinar e escolher o que quiser. Todavia estas escolhas trazem conseqüências. Se quisermos vitória em nossas vidas, precisamos aprender a aceitar a opinião da Bíblia e da sua mensagem.
1. O que é a Palavra de Cruz?
a) É o poder de Deus (I Coríntios 1:18);
b) É o próprio Senhor Jesus Cristo (I Coríntios 1:24);
c) É o verbo humanizado (João 1:14; Apocalipse 19:13);
d) É a mensagem Cristã (Marcos 2:2; 4:14; Atos 14:25);
e) É loucura para os que se perdem (I Coríntios 1:18; 2:14);
f) É o Poder de Deus para os que se salvam (I Coríntios 1:18; 2:15-16);
g) É pedra de tropeço para os incrédulos (I Pedro 2:8);
h) É pedra preciosa para os que crêem (I Pedro 2:7);
2. Quais os efeitos da Palavra de Cruz?
a) Ela promove aceitação (Atos 4:4);
b) Ela limpa (João 15:3);
c) Ela reconcilia (II Coríntios 5:19);
d) Ele regenera (I Pedro 1:23);
e) Ela salva (Atos 13:26);
f) Ela julga (João 12:48).
Conclusão:
Apesar de a Palavra da Cruz ser tudo o que afirmamos, ela pode tornar-se completamente ineficaz em nossas vidas, se a nossa opinião sobre ela for uma opinião errada (Marcos 7:13).
A grande vitória
1º João - 5 - 4 : 5
Estamos vivendo numa época em que as pessoas lutam com todas as suas forças e usam de todos os meios para vencer. Apesar do esforço muitos não vencem e são arrastadas pela correnteza dos problemas e dificuldades da vida. Somente os cristãos genuínos lutam e vencem, porque conhecem o segredo da vitória.
I. Quem vence o mundo?:
a) O que é nascido de Deus (I João 5:4; João 1:13);
b) O que é nascido da água e do espírito (João 3:35);
c) O que crê que Jesus é o Filho de Deus (I João 5:5).
II. Qual é a grande vitória?:
a) É a nossa fé (I João 5:4) através da qual recebemos:
- A remissão de pecados num mundo pecaminoso (Atos 10:43);
- A paz num mundo conturbado (Romanos 15:13);
- A alegria num mundo triste e angustiado (I Pedro 1:8);
- O descanso num mundo agitado (Hebreus 4:3; Mateus 11:28-29);
- A esperança num mundo desesperançado (Romanos 15:13).
b) Todas as coisas num mundo de escassez (Mateus 21:22);
c) A vida eterna num mundo de morte (João 5:24).
Conclusão:
Somente a fé verdadeira dos que nasceram de Deus produz a grande vitória sobre a carne, o mundo e o diabo. Ao fazermos parte da Igreja de Jesus, recebemos a promessa de que as portas do inferno não prevalecerão contra nós. Apoiados nesta promessa é só continuarmos lutando pela fé, que a vitória estará garantida.
O poder da palavra
Hebreus - 4 - 12 : 13
Deus pode operar de muitas maneiras. Ele pode agir por meio do seu Espírito e das coisas que Ele criou. Em muitas tem se utilizado do maravilhoso poder da Sua Palavra escrita. Jesus, os Apóstolos e os primeiros discípulos não pregavam tradições, filosofias ou religião, mas somente a Palavra de Deus (Lucas 5:1; Atos 4:31; 8:14; 13:7) como ainda hoje fazem os verdadeiros cristãos.
I. Quem é a Palavra:
a) Jesus é a Palavra que se fez carne (João 1:1);
b) Jesus é o Verbo (Palavra) da vida (I João 1:1).
II. Como é a Palavra:
a) É reta, perfeita e verdadeira (Salmos 19:7-8; João 17:17);
b) É viva e eficaz (Hebreus 4:12);
c) É eterna (Lucas 2:13);
d) É a única regra de fé (Mateus 4:4; II Timóteo 3:16-17);
e) É digna de toda aceitação (I Timóteo 1:15).
III. O Poder da Palavra:
a) É poderosa contra o pecado (Salmos 119:11; Lucas 7:48);
b) É poderosa contra as enfermidades (Salmos 107:20; Marcos 1:41; 2:11; 3:5; 5:34; 10:52);
c) É poderosa contra satanas e os demônios (Marcos 9:25; Mateus 17:18; 4:1-10).
Conclusão:
Jesus, como a Palavra de Deus. além de ser a única solução eficaz para os problemas da alma e do espírito, tem também resposta para as doenças do corpo. Ele satisfaz plenamente. Por Deus ser Espírito, a própria Bíblia, reforça a sua existência através das coisas criadas, em Romanos, o Apóstolo Paulo nos escreve que somos inescusáveis quanto a crer na existência divina. Mas temos uma prova concreta da existência de Deus, é a Sua Palavra. Como Deus não pode ser visto, a nossa relação com Ele, basicamente é verbal. Por esse fator, Deus valoriza a Sua Palavra.
A igreja de Corinto e a igreja de hoje.
1º Coríntios - 1 - 1 : 13
A primeira carta de Paulo aos Coríntios é muito rica em ensinamento para a Igreja de Cristo em todas as partes do mundo. Por esse motivo é que nós estamos ouvindo o que o próprio Espírito Santo tem a nos dizer através de sua palavra. Esta carta não é um simples escrito, mas é a palavra de Deus. Inspirada pelo próprio Espírito Santo. Ele escolheu homens para escrever a sua vontade e deu as Sagradas Escrituras à sua Igreja.
Nós vemos isto logo no início da carta, quando Paulo diz: “Paulo, chamado pela vontade de Deus para ser apóstolo de Jesus Cristo” (1 Co 1.1). Paulo quer deixar bem claro que ele é apóstolo do Senhor Jesus Cristo. Ele que era um perseguidor feroz da igreja, que perseguia os fiéis, agora está revestido de poder e autoridade apostólica dada pelo próprio Jesus Cristo. Como ele mesmo diz: “chamado para ser apóstolo de Jesus Cristo. Chamado pela vontade soberana de Deus”. Que ninguém despreze a Paulo e a seu oficio apostólico. Pois seu oficio vem de Deus e não de homens. Por isso, inspirado pelo Espírito Santo, ele escreve à igreja de Corinto. A fim de animar, exortar, advertir e repreender em nome de Cristo.
Isto nos leva ao seguinte tema: Paulo escreve à igreja de Deus que está em Corinto.
Isto nos leva ao seguinte tema: Paulo escreve à igreja de Deus que está em Corinto.
1. A natureza da igreja de Corinto.
Qual a natureza da igreja de Corinto? A igreja de Corinto foi fundada por Paulo na sua segunda viagem missionária. Ele chegou em Corinto e começou a pregar na sinagoga. Ele cumprira o que o Senhor Jesus Cristo determinou: primeiro aos judeus! Porque os judeus eram o povo da aliança. E o Senhor queria trazê-los de volta à aliança da graça. O Senhor Jesus mostra como é gracioso. Como não esquece da promessa feita em seu próprio nome. E à semelhança do seu Mestre, Jesus Cristo, que “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11), o apóstolo Paulo foi rejeitado pelos judeus. O povo da aliança não aceitou a palavra da aliança. Antes, desprezaram o enviado do Senhor. Não apreciaram a Jesus como Salvador. Antes, fizeram oposição e blasfemaram da mensagem de Paulo. Então foi quando Paulo disse: “Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e, desde agora, vou para os gentios” (At 18.6). Muitos judeus creram no Senhor e também gentios. Mas só que agora Paulo vai se direcionar especificamente aos gentios. Paulo passou três anos e meio em Corinto (At 18.11). Pois o Senhor Jesus lhe dissera em uma visão: “Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9-10). Assim surgiu a igreja em Corinto.
Porém, a igreja em Corinto era uma igreja muito problemática. Não era uma igreja fácil de se lidar. Ela não era como as outras igrejas. A cidade de Corinto era uma cidade onde se encontrava todo tipo de pessoa. Pois ela tinha dois portos, onde muitos navios chegavam com suas cargas. “Corinto se achava dominada pelos vícios com os quais as cidades comerciais geralmente são infestadas, ou seja, a luxúria, a arrogância, a vaidade, os prazeres, a cobiça insaciável, o egoísmo desenfreado”. A sexualidade ilícita fazia parte da cidade corintiana. Os marinheiros chegavam e procuram as prostitutas para satisfazerem os seus apetites sexuais. Podemos dizer que a cidade fervia em imoralidades. Por isso, quando se dizia que alguém era de Corinto, se pensava logo na imoralidade da cidade. Pensava-se em alguém imoral. Era uma ofensa ser chamado de coríntio. E era nesta cidade que estava a igreja a qual Paulo escreve esta epístola.
Parece que a igreja em Corinto absorveu o espírito da cidade. Pois encontramos muita confusão em várias áreas da igreja. Logo no capítulo um encontramos a falta de unidade na igreja. Havia vários grupos dentro dela que dificultavam sua. Havia aqueles que diziam: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo”. Então, Paulo pergunta: “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Co 1.12-13). Havia também incesto dentro da igreja. Havia um membro que estava tendo relações sexuais com a esposa de seu pai, sua madrasta, e todos os membros se calaram. Porque estavam ensoberbecidos, não lamentaram, para retirar a infâmia do meio da igreja. Como Paulo diz: “se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios” (1 Co 5.1). Mas, ninguém fazia nada para tirar o pecado do meio da igreja. Por isso Paulo manda entregar tal pecador a Satanás, ou seja, que fosse excomungado da igreja.
Havia também aqueles que viviam sob o “slogan: “Todas as coisas me são lícitas” (1 Co 6.12) a sua conduta diária. Eles se deleitavam em pecados sexuais e sociais e permitiam-se tal conduta sob o pretexto da liberdade em Cristo. Em vez de servirem ao seu Senhor e Salvador, satisfaziam seus próprios desejos pecaminosos”. Havia também dúvidas acerca do casamento e do divórcio. Dificuldades com relação ao comer carnes sacrificadas aos ídolos. E com relação à liberdade cristã em Cristo, pois muitos usavam o pretexto de que estavam livres em Cristo para viver em pecado.
Também havia muitos problemas com relação à celebração da ceia do Senhor. Pois a ceia havia perdido o significado de unidade cristã em Jesus. A ceia não mais estava sendo vista como a unidade no corpo e sangue de Cristo. Muitos morreram como castigo pelo desprezo da mesa do Senhor. Ainda existia a dificuldade nos cultos da igreja em Corinto. A igreja era repleta de dons espirituais. Contudo, os membros não usavam os seus dons para a edificação da igreja, mas apenas para mostrar a soberba dos coríntios.
Já deu para os irmãos perceberem como era a situação da igreja em Corinto. Porém, o apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 1.2: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. Como Paulo pode dizer: “à igreja de Deus que está em Corinto”? Como pode chamá-la de igreja de Deus, sendo uma igreja cheia de problemas? Qual a natureza da igreja? Irmãos, esta maneira como o apóstolo Paulo se refere àquela igreja em Corinto, como a “igreja de Deus que está em Corinto” chama muito a nossa atenção. E nos esclarece um pouco da natureza da igreja. A igreja não é uma instituição humana. Ela não depende de nenhum homem. Ela não foi criada por mão humana. Pois se fosse formada pelas mãos dos homens, certamente não existiria mais. Porém, desde a criação ela permanece viva. Mesmo Satanás tentando destruí-la com todo o seu poder, a igreja permanece firme como o baluarte da verdade aqui na terra. Quando tudo parece rumar para o fim da igreja, lá está o Senhor Jesus Cristo como o dono e Cabeça dela. Cuidando e protegendo-a. A natureza da igreja é espiritual. Sua natureza é divina. Como Paulo diz no verso 2 de 1 Coríntios: “aos santificados em Cristo Jesus”. A igreja é composta de pessoas regeneradas, transformadas no poder de Jesus Cristo. Os seus pecados são perdoados. Cristo purificou a todos os membros da sua igreja. Essas pessoas são santas. Santificadas em Jesus Cristo.
Sabe por quê? Porque a Igreja pertence a Cristo. Vejam o que Ele diz a Pedro depois da confissão que este faz sobre o Cristo em Mateus 16.18: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Ela pertence a Cristo. Veja neste verso o pronome possessivo que Cristo usa: “sobre esta pedra edificarei a MINHA igreja”. Foi por amor a esta igreja que Ele desceu do céu e se fez carne. Assumindo a forma de homem, mas sem pecado. Durante toda a sua vida, mas principalmente no final, Ele levou sobre seus ombros o castigo que a sua igreja deveria sofrer. Ele foi rejeitado em nosso lugar. Abandonado por seus amigos e por seu próprio Pai. Ele fez tudo isto em nosso lugar. É por esta igreja que Ele derramou seu sangue. É por esta igreja que Ele deu a sua vida. É desta igreja que Ele tem ciúme. Foi Ele quem adornou a sua noiva amada, a igreja. Foi por ela que Ele morreu, a fim de santificá-la.
Pois esta igreja está alicerçada na sua obra de redenção. Ele mesmo diz em Mateus 16.18: Eu “edificarei a minha igreja”. A Igreja é construída pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Ele diz que vai fundar a igreja sobre um alicerce muito forte. Este alicerce é a sua obra na cruz. Esse alicerce em que a igreja foi fundada é tão poderoso que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Cristo mesmo garante o futuro da sua igreja. Ele próprio afirma que nem as portas do inferno vão conseguir destruí-la. Porque Jesus é Rei. Ele é o Rei de sua igreja. Ele governa e protege a sua igreja. Nada vai ser capaz de destruir a sua igreja, porque ela pertence a Cristo. A igreja é de Cristo e não dos homens. A igreja depende de Cristo e não dos homens. A igreja tem sua vida em Cristo e não nos homens. Ela é santa, pura, imaculada e perfeita — graças ao sacrifico de Jesus Cristo na cruz. Cristo e a igreja estão unidos. A igreja não pode viver sem Cristo e Cristo não vive sem sua igreja. Ela é dEle. Somente dEle.
Mas, por que vemos pecado dentro da igreja, se ela é santa? Isto tem haver com a composição da igreja. A igreja é composta de homens, mulheres e crianças. São pessoas santificadas no sacrifício de Cristo. Porém, nesta vida, os membros da igreja de Cristo têm de lutar contra o pecado. Pedro diz que a igreja é composta de pedras vivas. Ela é composta de pessoas de carne e osso. Na terra vemos muitas imperfeições na igreja. Aos nossos olhos muitas vezes ficamos tristes por ver o que estava acontecendo na igreja em Corinto. Mas, com toda essa feiúra – aos nossos olhos – ela ainda é a igreja amada de Cristo. Aos seus olhos ela não tem imperfeição. Ela é a noiva mais linda de todo o universo. Nada pode ser comparado à sua beleza. Porque ela é de Cristo e devemos ter respeito quando falamos de sua noiva amada. Foi por ela que Ele deu a sua vida. Foi por ela que se sacrificou na cruz. Para santificá-la; para purificá-la; para salvá-la; para dar vida a ela. Por causa disso a igreja de Corinto é a igreja de Cristo Jesus. Porque Jesus morreu para santificá-la.
Nós somos a sua igreja. Santificados em seu nome. Lavados em seu sangue. Purificados pelo seu Espírito. A nossa natureza é divina. Pois fomos feitos novas criaturas em Cristo Jesus. Por isso devemos viver em santidade. Porque essa é nossa vocação como igreja de Cristo.
E isto nos leva ao segundo ponto:
2. O Chamado Divino da Igreja de Corinto.
Qual o chamado divino da igreja de Corinto? O chamado divino é ser santa. Ela deve refletir a santidade de seu noivo. A igreja pertence a Cristo. Está em Cristo. Vive nEle. Se move nEle. Tudo na igreja deve apontar para Cristo. A vida da igreja deve espelhar o seu Santificador. A sua obra feita na igreja. Não são mais pessoas que vivem nas trevas, inimigas de Deus. Mas são agora santas e irrepreensíveis. A igreja de Corinto estava faltando com a sua vocação divina. Ela não estava vivendo em total conformidade com o evangelho. Ela deixou muito a desejar em sua vida e pratica. Porém, mesmo assim o Espírito Santo escreve dizendo: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co 1.2).
Por que o Espírito Santo fala desta maneira, mesmo havendo problema? Porque nem todos os membros da igreja de Deus em Corinto estavam negligenciando o seu chamado para ser santo. Em 1 Coríntios 1.11 fala da casa de Cloe. Membros da igreja que estavam preocupados com a divisão. Outros enviaram cartas a Paulo para resolver assuntos com relação ao sexo ilícito no meio da igreja; ao culto e aos dons. Pessoas que queriam retornar ao princípio e resolver a situação da igreja. Por esse motivo o Espírito Santo fala desta maneira. Pois a Igreja está fundamentada em Jesus Cristo. Ele a comprou e dela cuida. Mesmo quando muitas vezes, humanamente falando, não vemos solução. Quando muitas vezes olhamos e vemos membros que caem em pecado. Que se rebelam contra a sua própria igreja. Quando o mundo está falando da igreja. Quando até crentes estão criticando a igreja sem o mínimo de respeito, em vez de orarem para que Cristo sare a igreja. Mas, graças a nosso bom e amado Deus que a vida da igreja não depende de nenhum de nós. Ela depende unicamente de Jesus Cristo, o Senhor da igreja. Ele a comprou com seu sangue e a santificou. E por isso Ele está dizendo que ela é santa. Os membros são santos. E devem viver em santidade.
O apóstolo João, em Apocalipse 1.12-13, descreve a igreja como candelabros de ouro neste mundo. Um candelabro serve para clarear um lugar escuro. E a igreja como portadora da luz divina, deve clarear as trevas. Para que os homens que estão perdidos possam encontrar a salvação. A igreja de Cristo deve brilhar como o sol ao meio dia neste mundo. A sua luz deve ofuscar os olhos dos demônios e dos ímpios. A igreja de Cristo não pode ficar apagada no mundo. Como o Senhor Jesus Cristo disse em Mateus 5.14-16: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. A igreja é a cidade edificada sobre a montanha. Se olhada durante a noite é impossível esconder a sua localidade por causa das luzes que brilham. Assim deve ser a igreja. Assim deve brilhar a igreja; de tal forma que fique impossibilitada de esconder a luz radiante. E todos glorifiquem a Deus.
E qual a nossa vocação hoje? A nossa vocação como igreja é a mesma da igreja de Deus em Corinto. Devemos ser santos. Por isso o Senhor Jesus Cristo disse: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. O nosso testemunho deve glorificar a Deus. A nossa vida deve honrar a Deus. Pois não pertencemos a nós mesmos. Mas a nosso Senhor Jesus Cristo, que nos comprou – corpo e alma. E esse chamado não é apenas para nós, mas para “todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. A igreja é uma unidade. Não importa em que parte do mundo ela está. Pois “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.4-6). É esta unidade que nos une em todas as épocas e partes do mundo.
3. As bênçãos de Deus sobre a igreja de Corinto.
Quais são as bênçãos de Deus sobre a Igreja de Corinto? Nós já mencionamos algumas delas. E essas bênçãos estão claras na saudação que o apostólo faz à Igreja no verso 3: “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. A graça e a paz que vem de Deus. Que graça é essa? É a graça da eleição divina na vida da igreja. Como Deus foi gracioso em eleger muitos pecadores da perdição eterna! Depois da queda, o homem se tornou culpado de morte, pois a pena do pecado é a morte eterna. Nós já nascemos, por natureza, destinados ao inferno de fogo. Mas aprouve a Deus querer nos salvar da perdição eterna. Deus nos amou quando nós éramos seus inimigos. Como Ele diz: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15). É por causa desta eleição que somos a sua igreja amada.
Mas, não pára apenas na eleição. Na eleição estava incluída a morte do seu Filho amado. Por quê? Porque o pecado nos separou de Deus. O pecado quebrou a comunhão que o homem tinha com Deus no paraíso. O homem se tornou inimigo de Deus. O pecado criou um abismo de separação. O homem não pode se achegar a Deus e Deus não suporta o homem por causa do pecado. A única coisa que Deus quer com sua justiça santa é castigar o homem com a morte eterna. Porque ele feriu a sua majestade. O homem está em guerra contra Deus. Mas, através do sofrimento de Cristo; através de sua morte, fomos reconciliados com Deus. Por causa de Cristo temos a paz de Deus, pois Deus nos reconciliou consigo mesmo através da morte de seu Filho amado.
Esta graça e paz são também nossas. Porque somos a igreja de Deus. Fomos eleitos por Deus em Cristo Jesus. Estas bênçãos são derramadas na igreja do Senhor Jesus Cristo. Como sabemos disto? Todos os domingos Deus está lembrando a sua Igreja através desta saudação, logo no início do culto público, que nossos pecados estão perdoados. Que temos paz com Deus em Cristo Jesus. Todos os domingos Ele faz questão de nos lembrar das suas bênçãos derramadas em nossas vidas.
Qual a natureza da igreja de Corinto? A igreja de Corinto foi fundada por Paulo na sua segunda viagem missionária. Ele chegou em Corinto e começou a pregar na sinagoga. Ele cumprira o que o Senhor Jesus Cristo determinou: primeiro aos judeus! Porque os judeus eram o povo da aliança. E o Senhor queria trazê-los de volta à aliança da graça. O Senhor Jesus mostra como é gracioso. Como não esquece da promessa feita em seu próprio nome. E à semelhança do seu Mestre, Jesus Cristo, que “veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11), o apóstolo Paulo foi rejeitado pelos judeus. O povo da aliança não aceitou a palavra da aliança. Antes, desprezaram o enviado do Senhor. Não apreciaram a Jesus como Salvador. Antes, fizeram oposição e blasfemaram da mensagem de Paulo. Então foi quando Paulo disse: “Sobre a vossa cabeça, o vosso sangue! Eu dele estou limpo e, desde agora, vou para os gentios” (At 18.6). Muitos judeus creram no Senhor e também gentios. Mas só que agora Paulo vai se direcionar especificamente aos gentios. Paulo passou três anos e meio em Corinto (At 18.11). Pois o Senhor Jesus lhe dissera em uma visão: “Não temas; pelo contrário, fala e não te cales; porquanto eu estou contigo, e ninguém ousará fazer-te mal, pois tenho muito povo nesta cidade” (At 18.9-10). Assim surgiu a igreja em Corinto.
Porém, a igreja em Corinto era uma igreja muito problemática. Não era uma igreja fácil de se lidar. Ela não era como as outras igrejas. A cidade de Corinto era uma cidade onde se encontrava todo tipo de pessoa. Pois ela tinha dois portos, onde muitos navios chegavam com suas cargas. “Corinto se achava dominada pelos vícios com os quais as cidades comerciais geralmente são infestadas, ou seja, a luxúria, a arrogância, a vaidade, os prazeres, a cobiça insaciável, o egoísmo desenfreado”. A sexualidade ilícita fazia parte da cidade corintiana. Os marinheiros chegavam e procuram as prostitutas para satisfazerem os seus apetites sexuais. Podemos dizer que a cidade fervia em imoralidades. Por isso, quando se dizia que alguém era de Corinto, se pensava logo na imoralidade da cidade. Pensava-se em alguém imoral. Era uma ofensa ser chamado de coríntio. E era nesta cidade que estava a igreja a qual Paulo escreve esta epístola.
Parece que a igreja em Corinto absorveu o espírito da cidade. Pois encontramos muita confusão em várias áreas da igreja. Logo no capítulo um encontramos a falta de unidade na igreja. Havia vários grupos dentro dela que dificultavam sua. Havia aqueles que diziam: “Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo”. Então, Paulo pergunta: “Acaso, Cristo está dividido?” (1 Co 1.12-13). Havia também incesto dentro da igreja. Havia um membro que estava tendo relações sexuais com a esposa de seu pai, sua madrasta, e todos os membros se calaram. Porque estavam ensoberbecidos, não lamentaram, para retirar a infâmia do meio da igreja. Como Paulo diz: “se ouve que há entre vós imoralidade e imoralidade tal, como nem mesmo entre os gentios” (1 Co 5.1). Mas, ninguém fazia nada para tirar o pecado do meio da igreja. Por isso Paulo manda entregar tal pecador a Satanás, ou seja, que fosse excomungado da igreja.
Havia também aqueles que viviam sob o “slogan: “Todas as coisas me são lícitas” (1 Co 6.12) a sua conduta diária. Eles se deleitavam em pecados sexuais e sociais e permitiam-se tal conduta sob o pretexto da liberdade em Cristo. Em vez de servirem ao seu Senhor e Salvador, satisfaziam seus próprios desejos pecaminosos”. Havia também dúvidas acerca do casamento e do divórcio. Dificuldades com relação ao comer carnes sacrificadas aos ídolos. E com relação à liberdade cristã em Cristo, pois muitos usavam o pretexto de que estavam livres em Cristo para viver em pecado.
Também havia muitos problemas com relação à celebração da ceia do Senhor. Pois a ceia havia perdido o significado de unidade cristã em Jesus. A ceia não mais estava sendo vista como a unidade no corpo e sangue de Cristo. Muitos morreram como castigo pelo desprezo da mesa do Senhor. Ainda existia a dificuldade nos cultos da igreja em Corinto. A igreja era repleta de dons espirituais. Contudo, os membros não usavam os seus dons para a edificação da igreja, mas apenas para mostrar a soberba dos coríntios.
Já deu para os irmãos perceberem como era a situação da igreja em Corinto. Porém, o apóstolo Paulo escreve em 1 Coríntios 1.2: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. Como Paulo pode dizer: “à igreja de Deus que está em Corinto”? Como pode chamá-la de igreja de Deus, sendo uma igreja cheia de problemas? Qual a natureza da igreja? Irmãos, esta maneira como o apóstolo Paulo se refere àquela igreja em Corinto, como a “igreja de Deus que está em Corinto” chama muito a nossa atenção. E nos esclarece um pouco da natureza da igreja. A igreja não é uma instituição humana. Ela não depende de nenhum homem. Ela não foi criada por mão humana. Pois se fosse formada pelas mãos dos homens, certamente não existiria mais. Porém, desde a criação ela permanece viva. Mesmo Satanás tentando destruí-la com todo o seu poder, a igreja permanece firme como o baluarte da verdade aqui na terra. Quando tudo parece rumar para o fim da igreja, lá está o Senhor Jesus Cristo como o dono e Cabeça dela. Cuidando e protegendo-a. A natureza da igreja é espiritual. Sua natureza é divina. Como Paulo diz no verso 2 de 1 Coríntios: “aos santificados em Cristo Jesus”. A igreja é composta de pessoas regeneradas, transformadas no poder de Jesus Cristo. Os seus pecados são perdoados. Cristo purificou a todos os membros da sua igreja. Essas pessoas são santas. Santificadas em Jesus Cristo.Sabe por quê? Porque a Igreja pertence a Cristo. Vejam o que Ele diz a Pedro depois da confissão que este faz sobre o Cristo em Mateus 16.18: “Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Ela pertence a Cristo. Veja neste verso o pronome possessivo que Cristo usa: “sobre esta pedra edificarei a minha igreja”. Foi por amor a esta igreja que Ele desceu do céu e se fez carne. Assumindo a forma de homem, mas sem pecado. Durante toda a sua vida, mas principalmente no final, Ele levou sobre seus ombros o castigo que a sua igreja deveria sofrer. Ele foi rejeitado em nosso lugar. Abandonado por seus amigos e por seu próprio Pai. Ele fez tudo isto em nosso lugar. É por esta igreja que Ele derramou seu sangue. É por esta igreja que Ele deu a sua vida. É desta igreja que Ele tem ciúme. Foi Ele quem adornou a sua noiva amada, a igreja. Foi por ela que Ele morreu, a fim de santificá-la.
Pois esta igreja está alicerçada na sua obra de redenção. Ele mesmo diz em Mateus 16.18: Eu “edificarei a minha igreja”. A Igreja é construída pelo próprio Senhor Jesus Cristo. Ele diz que vai fundar a igreja sobre um alicerce muito forte. Este alicerce é a sua obra na cruz. Esse alicerce em que a igreja foi fundada é tão poderoso que “as portas do inferno não prevalecerão contra ela”. Cristo mesmo garante o futuro da sua igreja. Ele próprio afirma que nem as portas do inferno vão conseguir destruí-la. Porque Jesus é Rei. Ele é o Rei de sua igreja. Ele governa e protege a sua igreja. Nada vai ser capaz de destruir a sua igreja, porque ela pertence a Cristo. A igreja é de Cristo e não dos homens. A igreja depende de Cristo e não dos homens. A igreja tem sua vida em Cristo e não nos homens. Ela é santa, pura, imaculada e perfeita — graças ao sacrifico de Jesus Cristo na cruz. Cristo e a igreja estão unidos. A igreja não pode viver sem Cristo e Cristo não vive sem sua igreja. Ela é dEle. Somente dEle.
Mas, por que vemos pecado dentro da igreja, se ela é santa? Isto tem haver com a composição da igreja. A igreja é composta de homens, mulheres e crianças. São pessoas santificadas no sacrifício de Cristo. Porém, nesta vida, os membros da igreja de Cristo têm de lutar contra o pecado. Pedro diz que a igreja é composta de pedras vivas. Ela é composta de pessoas de carne e osso. Na terra vemos muitas imperfeições na igreja. Aos nossos olhos muitas vezes ficamos tristes por ver o que estava acontecendo na igreja em Corinto. Mas, com toda essa feiúra – aos nossos olhos – ela ainda é a igreja amada de Cristo. Aos seus olhos ela não tem imperfeição. Ela é a noiva mais linda de todo o universo. Nada pode ser comparado à sua beleza. Porque ela é de Cristo e devemos ter respeito quando falamos de sua noiva amada. Foi por ela que Ele deu a sua vida. Foi por ela que se sacrificou na cruz. Para santificá-la; para purificá-la; para salvá-la; para dar vida a ela. Por causa disso a igreja de Corinto é a igreja de Cristo Jesus. Porque Jesus morreu para santificá-la.
Nós somos a sua igreja. Santificados em seu nome. Lavados em seu sangue. Purificados pelo seu Espírito. A nossa natureza é divina. Pois fomos feitos novas criaturas em Cristo Jesus. Por isso devemos viver em santidade. Porque essa é nossa vocação como igreja de Cristo.
E isto nos leva ao segundo ponto:
2. O Chamado Divino da Igreja de Corinto.
Qual o chamado divino da igreja de Corinto? O chamado divino é ser santa. Ela deve refletir a santidade de seu noivo. A igreja pertence a Cristo. Está em Cristo. Vive nEle. Se move nEle. Tudo na igreja deve apontar para Cristo. A vida da igreja deve espelhar o seu Santificador. A sua obra feita na igreja. Não são mais pessoas que vivem nas trevas, inimigas de Deus. Mas são agora santas e irrepreensíveis. A igreja de Corinto estava faltando com a sua vocação divina. Ela não estava vivendo em total conformidade com o evangelho. Ela deixou muito a desejar em sua vida e pratica. Porém, mesmo assim o Espírito Santo escreve dizendo: “à igreja de Deus que está em Corinto, aos santificados em Cristo Jesus, chamados para ser santos, com todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso” (1 Co 1.2).
Por que o Espírito Santo fala desta maneira, mesmo havendo problema? Porque nem todos os membros da igreja de Deus em Corinto estavam negligenciando o seu chamado para ser santo. Em 1 Coríntios 1.11 fala da casa de Cloe. Membros da igreja que estavam preocupados com a divisão. Outros enviaram cartas a Paulo para resolver assuntos com relação ao sexo ilícito no meio da igreja; ao culto e aos dons. Pessoas que queriam retornar ao princípio e resolver a situação da igreja. Por esse motivo o Espírito Santo fala desta maneira. Pois a Igreja está fundamentada em Jesus Cristo. Ele a comprou e dela cuida. Mesmo quando muitas vezes, humanamente falando, não vemos solução. Quando muitas vezes olhamos e vemos membros que caem em pecado. Que se rebelam contra a sua própria igreja. Quando o mundo está falando da igreja. Quando até crentes estão criticando a igreja sem o mínimo de respeito, em vez de orarem para que Cristo sare a igreja. Mas, graças a nosso bom e amado Deus que a vida da igreja não depende de nenhum de nós. Ela depende unicamente de Jesus Cristo, o Senhor da igreja. Ele a comprou com seu sangue e a santificou. E por isso Ele está dizendo que ela é santa. Os membros são santos. E devem viver em santidade.
O apóstolo João, em Apocalipse 1.12-13, descreve a igreja como candelabros de ouro neste mundo. Um candelabro serve para clarear um lugar escuro. E a igreja como portadora da luz divina, deve clarear as trevas. Para que os homens que estão perdidos possam encontrar a salvação. A igreja de Cristo deve brilhar como o sol ao meio dia neste mundo. A sua luz deve ofuscar os olhos dos demônios e dos ímpios. A igreja de Cristo não pode ficar apagada no mundo. Como o Senhor Jesus Cristo disse em Mateus 5.14-16: “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa. Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. A igreja é a cidade edificada sobre a montanha. Se olhada durante a noite é impossível esconder a sua localidade por causa das luzes que brilham. Assim deve ser a igreja. Assim deve brilhar a igreja; de tal forma que fique impossibilitada de esconder a luz radiante. E todos glorifiquem a Deus.
E qual a nossa vocação hoje? A nossa vocação como igreja é a mesma da igreja de Deus em Corinto. Devemos ser santos. Por isso o Senhor Jesus Cristo disse: “Assim brilhe também a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai que está nos céus”. O nosso testemunho deve glorificar a Deus. A nossa vida deve honrar a Deus. Pois não pertencemos a nós mesmos. Mas a nosso Senhor Jesus Cristo, que nos comprou – corpo e alma. E esse chamado não é apenas para nós, mas para “todos os que em todo lugar invocam o nome de nosso Senhor Jesus Cristo, Senhor deles e nosso”. A igreja é uma unidade. Não importa em que parte do mundo ela está. Pois “há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Ef 4.4-6). É esta unidade que nos une em todas as épocas e partes do mundo.
3. As Bênçãos de Deus Sobre a Igreja de Corinto.
Quais são as bênçãos de Deus sobre a Igreja de Corinto? Nós já mencionamos algumas delas. E essas bênçãos estão claras na saudação que o apostólo faz à Igreja no verso 3: “graça a vós outros e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo”. A graça e a paz que vem de Deus. Que graça é essa? É a graça da eleição divina na vida da igreja. Como Deus foi gracioso em eleger muitos pecadores da perdição eterna! Depois da queda, o homem se tornou culpado de morte, pois a pena do pecado é a morte eterna. Nós já nascemos, por natureza, destinados ao inferno de fogo. Mas aprouve a Deus querer nos salvar da perdição eterna. Deus nos amou quando nós éramos seus inimigos. Como Ele diz: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15). É por causa desta eleição que somos a sua igreja amada.
Mas, não pára apenas na eleição. Na eleição estava incluída a morte do seu Filho amado. Por quê? Porque o pecado nos separou de Deus. O pecado quebrou a comunhão que o homem tinha com Deus no paraíso. O homem se tornou inimigo de Deus. O pecado criou um abismo de separação. O homem não pode se achegar a Deus e Deus não suporta o homem por causa do pecado. A única coisa que Deus quer com sua justiça santa é castigar o homem com a morte eterna. Porque ele feriu a sua majestade. O homem está em guerra contra Deus. Mas, através do sofrimento de Cristo; através de sua morte, fomos reconciliados com Deus. Por causa de Cristo temos a paz de Deus, pois Deus nos reconciliou consigo mesmo através da morte de seu Filho amado.
Esta graça e paz são também nossas. Porque somos a igreja de Deus. Fomos eleitos por Deus em Cristo Jesus. Estas bênçãos são derramadas na igreja do Senhor Jesus Cristo. Como sabemos disto? Todos os domingos Deus está lembrando a sua Igreja através desta saudação, logo no início do culto público, que nossos pecados estão perdoados. Que temos paz com Deus em Cristo Jesus. Todos os domingos Ele faz questão de nos lembrar das suas bênçãos derramadas em nossas vidas.
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