15/08/2010

O PROFETA NÃO PROFETA

O PROFETA NÃO PROFETA




Objetivo da Lição: Mostrar os pecados do povo de Deus e Seu interesse em salvá-los destes pecados.

Verdade central: As riquezas, a autoconfiança e o desrespeito para com as leis afastaram Israel da justiça e dos puros caminhos do Senhor. Então, Deus enviou Amós para trazê-los de volta.



INTRODUÇÃO: UMA APRESENTAÇÃO DE AMÓS

Amós era natural da pequena cidade de Tecoa, uma pequena vila distante 19 quilômetros de Jerusalém e 9 quilômetros de Belém. De sua cidade, podia-se ver a uns 30 quilômetros o Mar Morto.

Pela descrição feita pelo próprio Amós, ele era um pastor. Possuía seu próprio rebanho e também cultivava sicômoros – uma espécie de figo bravo comido somente pelos mais pobres. A impressão que temos é que Amós era um homem pobre, mas com independência suficiente para poder viajar e deixar seu rebanho sendo cuidado por outros, enquanto se ocupava com a solene tarefa de profeta.

Embora a cidade de Tecoa ficasse no Reino do Sul em Judá, Amós foi chamado por Deus para dar a maioria de suas mensagens no Reino do Norte em Betel. Em Betel, estava um centro de adoração pagã, um bezerro de ouro e era o lugar onde o palácio de verão do rei estava localizado.

O nome Amós significa "O portador de fardos" Amós não era da linhagem sacerdotal como o profeta Jeremias, nem era da linhagem real como o profeta Isaías e nem fora educado nas Escolas dos profetas. Mas foi chamado por Deus para exercer o ministério de um profeta. Por isso ele diz: "Eu não sou profeta, nem pertenço a nenhum grupo de profetas, apenas cuido do rebanho e faço colheita de figos silvestres. Mas o Senhor me tirou do serviço junto ao rebanho e me disse: ‘vá profetize a Israel, o Meu povo’". (Amós 7:14 e 15 )



I PARTE: A REVELAÇÃO DIVINA

A este homem que não tinha estudado nas escolas dos profetas, por isso não era um profissional, Deus dá a seguinte ordem: "Vá e profetize a Israel Meu povo" (Amós 7:15) Deus conhecia a situação reinante em Israel e sabia que o mal se abateria sobre esta malvada nação dentro de poucos anos. Por isso, manifesta Seu amor e seus rogos predizendo o que aconteceria com os Israelitas, se eles não mudassem de rumo. Profetizou solenemente o profeta do Senhor: "E derribarei a casa de inverno com a casa de verão; e as casas de marfim perecerão, e as grandes casas terão fim, diz o Senhor. Porque o Senhor, o Senhor dos exércitos, é o que toca a terra, e ela se derrete, e todos os que habitam nela chorarão. Teus filhos e tuas filhas cairão à espada, e a tua terra será repartida a cordel, e tu morrerás na terra imunda, e Israel certamente será levado cativo para fora da sua terra".(Amós 9:8-10; 3:15; 9:5 e 7:17. .

É neste contexto que aparece o tradicional pronunciamento de Amós ao dizer: "Certamente, o Senhor Deus, não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o Seu segredo aos Seus servos, os profetas." (Amós 3:7)

"No contexto específico da mensagem de Amós, o Senhor não iria trazer esses juízos terríveis sobre o povo sem avisá-lo antes, assim, dando-lhe uma oportunidade, se não de evitar o juízo, pelo menos de preparar-se para ele".

A lição apresenta três características marcantes de Deus no livro de Amós:

1. Ele é um Deus vivo e apresenta-se nesta situação como o Soberano do Universo. Deus conhece a história e tem absoluto controle sobre a mesma. Embora Israel tenha se desviado para um caminho tão distante do padrão estabelecido pelo Senhor, Ele mantém a situação sob Seu controle.

2. Ele é também um Deus que Se revela. Antes de trazer os juízos sobre Seu impenitente povo, Ele revela a eles o que está para acontecer.

3. Ele é um Deus gracioso, santo e justo. Os israelitas haviam perdido de vista o caráter justo e santo de Deus. Estavam pervertidos. Mas o Senhor os desafia a voltar a retidão e a justiça.

Se a situação reinante em Israel era tão preocupante, se Deus chamou Amós e o qualificou para dar este mensagem e se Deus fez esta revelação amorosa, qual era na realidade a situação de Israel? Nas partes seguintes nos ocuparemos a descrevê-la. Dividiremos esta seção em três partes:

a) A situação política de Israel.

b) A situação financeira de Israel.

c) A situação moral, ética e religiosa de Israel.



II PARTE – A SITUAÇÃO POLÍTICA DE ISRAEL

O ministério profético de Amós foi durante o reinado de Jeroboão II. Jeroboão II reinou em Israel de 793 AC até 753 AC. É, portanto, razoável colocarmos o ministério de Amós de 767 a 753 AC.

Jeroboão II estava no auge do seu poder. Ele vencera os Sírios e havia ampliado o território do reino de Israel. Enquanto Israel prosperava, o reinado do Sul sob o comando do rei Uzias também ia muito bem financeiramente e politicamente. Uzias havia subjugado os edomitas, os filisteus e colocou os amonitas sob sujeição. Implementou a agricultura, desenvolveu as artes e as fábricas domésticas e criou um poderoso exército em Jerusalém. O comentário Bíblico vol. quatro pág. 953 diz: "Aparentemente protegido dos inimigos estrangeiros, e fortes interiormente, Israel não esperava de maneira alguma qualquer perigo ou destruição."

O perfil político de Israel era de paz e prosperidade. Mas com o passar dos anos, a situação foi se agravando. A Assíria começou a crescer assustadoramente e era uma ameaça constante a Israel. Finalmente no ano 722 AC, a poderosa Assíria invadiu Israel, destruiu suas cidades fortificadas, matou muita gente e levou o restante para o cativeiro.

Ellen White diz: "A iniqüidade em Israel durante o último meio século antes do cativeiro Assírio era comparável às dos dias de Noé, e de qualquer outro século em que os homens tenham rejeitado a Deus e se entregado inteiramente à prática do mal."

"Os últimos anos do malfadado reino de Israel foram assinalados pela violência e derramamento de sangue como jamais havia sido testemunhado mesmo nos piores períodos de lutas e inquietações sob a casa de Acabe."



III PARTE: A SITUAÇÃO FINANCEIRA DE ISRAEL

Este período foi um período de prosperidade sem paralelo para o reino de Israel. A agricultura ia bem, os rebanhos produziam leite e carne em abundância. Havia fartura por todos os lados. Como os inimigos haviam sido derrotados ou colocados sob jugo, o gasto com as guerras diminuiu e a prosperidade aumentou.

Este quadro de riqueza nos mostra outro lado da situação que precisamos considerar. Boa parte das riquezas deste período era obtida de maneiras fraudulentas e abusivas. Especialmente os pobres eram espoliados. Vejam alguns lances mencionados por Amós:

1. Os ricos viviam em excessiva luxúria, bebedices, festas e extravagâncias. (Cap. 6:4-6)

2. Muitas destas riquezas foram adquiridas pela violência e pelo roubo. (Cap. 3:10 )

3. Eram usadas balanças falsas, falsos pesos e ainda vendiam seus irmãos como escravos. (Cap. 2:6)

4. As casas eram edificadas com pedras lavradas. (Cap. 5:11)

5. Os ricos tinham casas de inverno e de verão. (Cap. 3:15)

6. Dormiam em camas de marfim. (Cap. 6:4)

7. As mulheres eram mimadas e vestiam roupas luxuosas e caras.



IV PARTE: A SITUAÇÃO MORAL, ÉTICA E RELIGIOSA DE ISRAEL

O autor da lição diz que "prosperidade material não garante maturidade espiritual, responsabilidade moral nem social". Esta é uma grande verdade. Porque se não fosse, a nação de Israel estaria muito bem espiritualmente, porque economicamente estava muito bem.

Afinal, qual era então a situação moral, espiritual e ética de Israel?

Vejamos algumas respostas:

1. Os juizes eram desonestos. A justiça se tornou uma piada. Extorsão, crime e ódio de classes eram visíveis em todas as partes. Exemplo: Os juízes davam sentenças desonestas contra os pobres por um par de sandálias.

2. O governo era corrupto. A desonestidade estava presente em todas as transações.

3. O álcool era usado sem nenhuma cerimônia e seu uso contribuía para aumentar o crime e a degradação moral da sociedade.

4. A condição moral era a mais profana. A imoralidade era abusiva, o adultério era praticado sem nenhuma cobrança por parte das autoridades religiosas e o incesto era praticado por muitos.

5. Os pobres eram vendidos como escravos.

6. As pessoas diziam-se religiosas, mas sua vida e sua conduta diziam exatamente o contrário.

7. Jeroboão I, o primeiro rei do reino do norte, construiu um altar e um bezerro de ouro em Betel. Ali o povo se reunia para adorar este bezerro.

"Sendo assim, os ricos ficavam mais ricos, e os pobres mais pobres, de tal forma que a nação se tornou espiritualmente fraca e moralmente corrompida."



CONCLUSÃO

Antes de concluir, discuta com seus alunos as quatro perguntas que estão no final.

Para uma nação próspera, orgulhosa, luxuosa, egoísta e opressora, Deus chamou Amós, para adverti-la. O Senhor estava trabalhando para salvar esse povo. Eram maus, estavam vivendo em pecado, mas ainda havia esperança.

Talvez por ser uma situação tão crítica, Amós tenha sido chamado "O portador de fardos". Quando Amós começou a transmitir sua mensagem, o líder espiritual da época, o sumo sacerdote Amazias o teve como uma pessoa indesejável e pediu que ele fosse embora pregar esta mensagem em sua terra. Mas Amós continuou com sua mensagem, porque ele sabia que fora enviado por Deus, e nada o deteria.

PARA DISCUSSÃO COM SUA CLASSE:

1. Amazias era o líder espiritual de Israel, mas rejeitou a mensagem de Amós e o expulsou do País. Por que ele rejeitou aquelas mensagens, não eram elas boas?

2. O livro fala que o povo estava bem de vida. Tinha casas de verão e de inverno, tinha camas de marfim, casas revestidas de pedras e etc. Ter estas coisas é errado? Se não é, por que Amós as mencionou?

3. Faça uma lista dos pecados com os quais Amós teve que lidar. Agora considere quais destes pecados temos hoje dentro da Igreja? E o que podemos fazer para resolver a situação se é que ela existe?

4. Qual é a mensagem de Amós que trouxe mais inspiração para você durante esta semana ou durante esta discussão?

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