23/01/2010

A HISTÓRIA DA IGREJA

A HISTÓRIA DA IGREJA

Leitura Bíblica: Ap 1:8-11

I. OS SETE CANDEEIROS DE OURO:
A. O mistério de Deus é Cristo (Cl 2:2). Ele mesmo O revelou (Mt 16:17). O mistério de Cristo é a Igreja (Ef 3:4). O mistério do reino dos céus é a igreja. Isso também foi revelado na ocasião em que Cristo revelou Seu mistério, a igreja (Mt 16:19). A igreja tem a chave do reino dos céus. Portanto, para conhecer o reino é preciso conhecer a igreja. Se usarmos as chaves do reino dos céus, veremos que a igreja é a realidade do reino dos céus.
B. As sete parábolas em Mateus 13 apresentam os mistérios do reino dos céus. Tais parábolas também se relacionam com as cartas às sete igrejas em Apocalipse 2 e 3. Em Ap 1:11-12 há sete candeeiros de ouro, os quais representam sete igrejas. Cada cidade tem apenas um candeeiro, ou seja, cada cidade tem apenas uma igreja (Ap 1:20). A seguir, são escritas sete cartas, às igrejas em Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Essas cartas são muito significativas, pois até mesmo os nomes das cidades descrevem os mistérios do reino dos céus. A composição dessas cartas nos apresenta a história da igreja.

II. A IGREJA EM ÉFESO:
A. A primeira carta apresenta o primeiro mistério, com respeito à igreja em Éfeso (Ap 2:1-7). O primeiro mistério é a parábola do semeador (Mt 13:3-9). Vemos ali quatro situações em que a semente da vida pode encontrar: à beira do caminho, entre os espinhos, em solo rochoso e em boa terra. Quando Paulo ajudava os irmãos em Éfeso, eles não recebiam a vida na Palavra. Era como se a Semente caísse à beira do caminho, pois a esfera era anímica (1 Tm 1:3-4). Haviam também muitas opiniões, até mesmo dissensões, o que mostra que os irmão tinham muitas pedras no interior. Mesmo aqueles que recebiam a Palavra, eram sufocados (2 Tm 1:6). Isso mostra que havia muita ansiedade (1 Tm 5:13). Outro problema era a fascinação das riquezas (1 Tm 6:9). Paulo já havia advertido os presbíteros de Éfeso que é mais bem aventurado dar do que receber (At 20:35). Isso indica que tinham esse problema, esperavam primeiramente receber. Por todas essas situações, não podiam dar frutos de vida.
B. Por fim, quando João foi para Éfeso, eles alcançaram a quarta situação descrita em Mateus 13, a de boa terra. Entre eles, João não falou das muitas revelações recebidas em Apocalipse. Ele os levou ao Espírito, falou de invocar o nome do Senhor (Jo 1:12). Esse é o melhor caminho para conduzir as pessoas ao Espírito. Ele também os ajudou a tomar a Palavra com oração (Jo 1:1; 1 Jo 1:1-2; Ef 6:17-18). Por meio de tocar no Espírito, se tornaram uma boa terra e passaram a frutificar (3 Jo 1:7). A palavra Éfeso quer dizer ‘desejável’, e a igreja em Éfeso se tornou a igreja que Deus desejava, frutificando a trinta, sessenta e cem por um. Essa igreja refere-se à igreja no período dos apóstolos, durante o primeiro século.

III. A IGREJA EM ESMIRNA:
A. A igreja em Esmirna descreve a igreja no período entre o final do primeiro século e o início do quarto século (Ap 2:8-11). Esmirna quer dizer ‘mirra’, algo amargo, e indica os muitos sofrimentos advindos da perseguição do Império Romano nesse período. Essa igreja também se relaciona ao segundo mistério do reino, a parábola do joio e do trigo (Ap 13:24-30). Eles eram a continuação da situação positiva alcançada por Éfeso. Por invocar o nome do Senhor e tomar a Palavra com oração, eles estavam no Espírito, tinham vida, eram firmes e podiam suportar as provações.
B. Os ‘dez dias de tribulação’ indicam dez períodos de grande perseguição. Os irmãos de Esmirna no entanto não desanimaram. Foram fiéis até a morte. Essa fidelidade é prefigurada por Antipas, que foi morto (Ap 2:13). Isto é, mesmo em face da morte, aqueles irmãos não deixaram de invocar o nome do Senhor. Eles sofriam por causa do joio, havia pouco espaço, mas os irmãos invocavam o nome do Senhor e cresciam, mesmo sob pressão.

IV. PÉRGAMO E TIATIRA:
A. Quando os irmãos fiéis foram mortos, não se invocava mais o nome do Senhor. Isso indica o período representado pela igreja em Pérgamo. Pérgamo significa ‘torre edificada’ ou ‘casamento’. Indicando a mudança ocorrida no meio do quarto século, quando muitos falsos cristãos entraram na igreja. O Império Romano deixou de perseguir os cristão, e em lugar disso, ofereceu-lhes vantagens materiais. Por isso a igreja se casou com o mundo. Por isso, o pequeno grão de mostarda chegou a ser uma grande árvore, onde havia espaço para Satanás. Isso se refere ao terceiro mistério do reino (Mt 13:31-32).
B. O resultado desse processo foi a igreja em Tiatira (Ap 2:18-29). Essa igreja está relacionada ao quarto mistério, a parábola do fermento (Mt 13:33). Por isso o Senhor disse aos discípulos para acautelarem-se do fermento dos escribas e saduceus, isto é, de seu ensinamento (Mt 6:6, 11-12). A Palavra de Deus é a verdade. Quando a recebemos, devemos praticar o que ouvimos, senão, a Palavra se torna apenas uma doutrina. Um ensinamento, no máximo, torna-se uma regra. Tiatira tem uma mulher, Jezabel, que introduz ensinamentos diferentes. Esse fermento foi introduzido no início da formação da Igreja Católica Romana, com o fim de adequar a igreja aos interesses do Império. Por fim, a religião romana se tornou mais poderosa que a política romana, que a gerou. Por fim, o sistema papal substituiu a autoridade imperial e dominou o território romano.
C. Jezabel introduziu fermento em três medidas de farinha (Mt 13:33). O número três refere-se ao Deus Triúno. Então, em Tiatira existem coisas diferentes, que não são Deus. Éfeso, em sua fase final, e Esmirna tinham o nome do Senhor e a Palavra. Em Pérgamo, foram introduzidas as coisas do mundo. Em Tiatira, por fim, outra pessoa ensina no lugar do Senhor, outra pessoa é reconhecida em uma posição muito elevada. Em Tiatira há também outro nome que é mais falado e invocado que o nome de Jesus. O período de maior influência da Igreja Católica foi entre os século V e XV, quando muitos países estavam sob a autoridade.

V. A IGREJA EM SARDES:
A. A influência de Tiatira começou a decair na época de Martinho Lutero. Lutero era clérigo católico e, tendo acesso à Bíblia percebeu uma série de erros na prática católica. Quando alguns cristãos tentavam tornar a pública a Bíblia, alguns monarcas aproveitaram o momento para tornarem-se independentes. O resultado foi a formação de diversas igrejas estatais, como a igreja anglicana e a igreja Luterana. Esse período é prefigurado pela igreja em Sardes, e também se relaciona ao quinto mistério do reino (Ap 3:1-6; Mt 13:44). O tesouro escondido no campo é o reino. Isso indica que a palavra do reino foi encontrada, mas permaneceu escondida.
B. A igreja é a realidade do reino dos céus, e, sendo edificada com ouro, prata e pedras preciosas, se tornará a manifestação do reino (1 Co 3:12-13). Se o reino não for praticado, a igreja permanece na esfera do conhecimento, e não há vida. Por isso Sardes tem nome de que vive, mas está morto (Ap 3:1).

VI. A IGREJA EM FILADÉLFIA:
A. Por outro lado, o sexto mistério, a parábola da pérola nos mostra que o reino é pratico (Mt 13:45-46). Quando alguém paga o preço para entrar em Cristo, desfrutar plenamente Suas riquezas e praticar o reino, está em Filadélfia. Por um lado a pérola indica Cristo. Ele sofreu por nós, nos recebeu. Ele tem nos protegido. Seu objetivo é nos envolver com Sua vida. Por outro lado, a pérola somos nós. Éramos um grão de areia, mas à medida que permanecemos em Cristo, somos envolvidos por Cristo e transformados. Essa pérola tem grande valor: Cristo e a Igreja.

VII. A IGREJA EM LAODICÉIA
A. Por fim, a parábola da rede se relaciona com a igreja em Laodicéia (Mt 13:47-48; Ap 3:14-22). Laodicéia julga entender tudo. A rede está cheia, mas não há peixes. A igreja sente-se abastada, mas é infeliz e miserável. Laodicéia conhece muitas verdades, mas não é capaz de praticá-las.
B. Devemos estar atentos, pois essas palavras, por um lado, indicam a história da igreja. Por outro lado, indicam uma série de situações em que podemos nos encontrar. As últimas quatro igrejas permanecerão até a volta do Senhor (Ap 2:25; 3:3, 11, 20). Precisamos perceber qual é nossa condição e buscar viver em Filadélfia, a igreja do amor fraternal. A maneira de viver em Filadélfia é não negar o nome do Senhor e praticar Sua palavra: invocar o nome do Senhor e tomar a palavra com oração. A maneira de não cair na situação de Laodicéia é permanecer no espírito. Essa é a maneira de guardar nossa coroa.
C. O Senhor provará com fogo a obra de cada um (1 Co 3:13). Apenas a igreja em Filadélfia passará por esse julgamento, pois passa pelo fogo hoje. Aqueles que estão em Laodicéia ainda podem se arrpender e voltar-se ao Senhor, voltar a viver no Espírito.

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