Texugo – O que esse animal tem haver com o Senhor Jesus?
Identificação
É um carnívoro de tamanho médio cuja característica diagnosticante é a presença de duas listas negras que atravessam longitudinalmente a cabeça branca desde as orelhas até quase à ponta do focinho. Pensa-se que estas listas podem funcionar como coloração de aviso. A restante pelagem é grisalha, à exceção das extremidades que são pretas. Este mustelídeo apresenta unhas muito desenvolvidas, especialmente nas patas anteriores, que utiliza para escavar. A cabeça triangular possui orelhas e olhos pequenos, pelo menos proporcionalmente ao resto da cabeça.
Existem vários os indícios que permitem detectar a presença de texugos sendo quase todos inconfundíveis. As suas pegadas têm uma forma arredondada e geralmente apresentam 4 dedos bem marcados assim como as suas unhas desenvolvidas. Os dejectos são depositados em pequenos buracos que eles mesmos fazem no solo, denominados de latrinas, onde podem ser depositados vários dejectos ao longo de muito tempo. As latrinas servem para marcação territorial podendo nelas serem depositadas secreções anais. Estes animais vivem em complexos de tocas texugueiras - que consistem numa rede de galerias subterrâneas com uma ou várias entradas. As tocas de texugo além de geralmente terem latrinas nas suas proximidades, apresentam grandes quantidades de terra nas entradas provenientes das escavações por eles efectuadas, e por vezes nas suas imediações é possível observar trilhos bem marcados.
Ecologia
Bastante freqüente em paisagens mistas de zonas arborizadas e pastagens em regiões acidentadas. Também pode ser encontrado em hortas, olivais ou mesmo jardins.
Vive em grupos sociais (ou clans) que são constituídos por um número variável de machos, fêmeas e crias, podendo ter entre 6 a 25 indivíduos que geralmente defendem um território comum. De modo geral os grupos sociais possuem mais fêmeas do que machos. É um animal omnívoro e generalista alimentando-se de uma grande variedade de alimentos: insectos (larvas e adultos), frutos (bolotas, pêras, azeitonas, amoras, figos), minhocas, pequenos mamíferos, anfíbios, cereal, etc.
Crepuscular ou noturno, durante o dia este carnívoro repousa em tocas por ele escavadas. Num mesmo território podem encontrar-se várias texugueiras, contudo geralmente existe uma texugueira principal onde se centra prioritariamente toda a atividade do grupo e várias tocas secundárias geralmente de menor tamanho.
Reprodução
Apesar de o acasalamento poder ocorrer em qualquer mês do ano, é mais comum nos meses de Fevereiro a Maio e de Julho a Setembro. Devido à implantação retardada (que pode durar de 3 a 10 meses), as crias geralmente nascem em meados de Janeiro / inicio de Fevereiro e só saem das tocas ao fim de cerca de 8 semanas. A gestação dura cerca de 7 semanas e a ninhada pode ter entre 1 a 5 crias.
Estatuto
Pouco Preocupante (LC), mas incluído no Anexo III da convenção de Berna (inclui espécies cuja sobrevivência pode estar ameaçada se não se adaptarem especiais precauções).
Fatores de Ameaça
Atualmente os principais fatores de ameaça são o forte impacto que o tráfego tem sobre este mustelídeo, assim como as mortes resultantes da caça furtiva.
A realização de passagens alternativas para a fauna nas infra-estruturas viárias e o controlo da caça furtiva são objetivo importantes a alcançar para controlar as taxas de mortalidade de texugos e favorecer e manter o bom estado de conservação das suas populações.
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